Changing patterns of solidarity in Kinshasa

Abstract

Os sistemas de solidariedade baseados na etnicidade favoreceram a integração dos migrantes rurais no emaranhado da vida moderna em muitas cidades africanas. Na medida em que estas cidades são cada vez menos governadas e governáveis, regista-se a emergência de novos sistemas de solidariedade que representam a ordem na desordem. Em Kinshasa, a segunda cidade ao Sul do Saara, a crise multifacetada é tão lendária como as estratégias de sobrevivência imaginadas pelos que nela residem. Historicamente complexos, estes sistemas caracterizam-se cada vez mais pela necessidade de as pessoas serem pragmáticas ninguém pode doravante dar-se ao luxo de partilhar sem a esperança de algum retorno. Apesar do individualismo que daí resulta as múltiplas redes de solidariedade são indispensáveis, porque sem elas a situação dois ‘kinois’ seria ainda mais dramática. O presente artigo procura descrever esta forma dinâmica de organização social, as suas origens e a sua evolução num contexto político local e internacional que contribui para a sua re-invenção permanente.

Ethnic based solidarity systems facilitated the integration of rural migrants into the intricacies of "modern” urban life throughout much of Africa. Now that these cities have become increasingly ungoverned and ungovernable, new forms of solidarity systems have emerged. The multiform crisis in Kinshasa, sub-Sharan Africa's second largest city, is as legendary as the survival strategies invented by the Congo capital's residents. These systems, historically complex, are increasingly characterised by pragmatism. Despite the marked rise of individualism needed to “fend for oneself”, without recourse to solidarity networks, the situation of Kinois would be even more precarious than it is today. This article documents these dynamic forms of social organisation their origins and evolution and the local and international political context that has contributed to their perpetual re-invention.

Les systèmes de solidarité basés sur l'ethnicité ont favorisé l'intégration des migrants ruraux dans les dédales de la vie moderne dans beaucoup de villes africaines. Au fur et à mesure que ces villes deviennent de plus en plus ingouvernées et ingouvernables, on assiste à l'émergence de nouveaux systèmes de solidarité qui représentent l'ordre dans le désordre. A Kinshasa deuxième ville au sud du Sahara, la crise multiforme est aussi légendaire que les stratégies de survie mises en place par ses résidants. Historiquement complexes, cess systèmes se caractérisent e plus en plus par le besoin d'ête pragmatique - on ne peut plus se permethe de partager sans l'espoir d'un retour. Malgré la tendance individualiste qui en résulte, les multiples réseaux de solidarité sont indispensables, car sans eux la situation des Kinois serait encore plus dramatique qu'elle ne l'est aujourd’hui. Cet article vise à faire connaitre cette forme dynamique d'organisation sociale, ses origines, son évolution et le contexte politique local et international qui contribuent à sa perpétuelle ré-invention.