Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10400.6/1159
Título: Concordância e discordância das indicações de cesariana : indicador de qualidade
Autor: Pereira, Filipa Margarida Ferreira
Orientador: Oliveira, José António Martinez Souto de
Brito, Andrea Cunha Henriques
Palavras-chave: Cesariana
Cesariana - Causas
Cesariana - Taxas
Cesariana - Indicadores de qualidade
Data de Defesa: Mai-2012
Editora: Universidade da Beira Interior
Resumo: Introdução: Segundo a OMS, um máximo de 15% dos partos tem indicação de cesariana e taxas superiores a essa são inadequadas. Contudo, nos últimos anos esta prática tem sido utilizada de forma crescente implicando, desta forma, uma carga financeira e riscos desnecessários, quer para a mãe quer para o feto, a curto e a longo prazo. Assim, é essencial investir na sua redução e vários países têm usado o decréscimo das taxas de CSA como indicador de qualidade dos serviços de saúde. Objetivos: Aferir da concordância e discordância das indicações de CSA no serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHCB e principais determinantes das taxas deste procedimento, avaliar a qualidade dos registos clínicos, pretendendo contribuir para a sua melhoria e diminuir o número de CSA desnecessárias no respetivo serviço. Métodos: Estudo retrospetivo, baseado na recolha de dados dos processos clínicos das parturientes que deram entrada no serviço de Obstetrícia do CHCB e que sofreram uma CSA como meio de parto, no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2011 e 30 de Junho de 2011. Os dados recolhidos através do preenchimento de um protocolo de análise, foram posteriormente codificados e analisados estatisticamente recorrendo ao programa Microsoft Office Excel 2007®. Resultados: No 1º semestre de 2011 ocorreram 55,7% de partos eutócicos, representando as cesarianas 31,6% do total. A amostra foi constituída por 100 mulheres, correspondendo a 103 partos. As parturientes tinham idades compreendidas entre os 17 e os 43 anos (média - 31,1 anos; desvio padrão - 5,78), 58 eram nulíparas e daquelas com um ou mais partos, 31 primíparas e 10 multíparas, 55% tiveram pelo menos um parto anterior por CSA. As indicações de CSA foram: estado fetal não tranquilizador (33,1%), apresentação anómala (15,4%), útero cicatricial (5,1%); IFP (8,1%); TP estacionário (16,2%); patologia materna que contraindica parto eutócico (3,7%), patologia grave própria da ou associada à gravidez (3,7%), falha na indução (9,6%), má colaboração materna (1,5%), 1 cesariana anterior (1,5%) e gravidez múltipla (1,5%). 1 processo não apresentava qualquer registo de indicação de CSA. 59,3% das cesarianas tiveram um diagnóstico confirmado no pós-operatório, ao passo que em 40,7% tal não ocorreu. Quanto às justificações dadas para realizar CSA, 64% estavam documentalmente justificados e em 35,3% o mesmo não se verificou. Conclusão: A taxa de CSA no CHCB é muito superior ao limite recomendado pela OMS, mas inferior à taxa encontrada na maioria dos hospitais nacionais. As indicações que mais a motivaram foram: estado fetal não tranquilizador, TP estacionário, apresentação anómala, indução falhada e IFP. Estado fetal não tranquilizador, TP estacionário e IFP, foram aquelas onde se verificou existir mais discordância entre o pré e o pós-operatório. No CHCB os maiores determinantes para a taxa de CSA foram os partos induzidos e eletivos, com fetos em posição anómala (essencialmente pélvica) e CSA prévia. Gravidezes consideradas de baixo risco são responsáveis por uma proporção considerável dos partos.
Introduction: According to the WHO, a maximum of 15% of deliveries do require cesarean section and rates above this are inadequate. However during the last years this procedure has been increasing in frequency implying a financial burden and an unnecessary clinical risk, for both mother and fetus, both in the short and long terms. Thus, it is essential to invest in its reduction and several countries have used the low rates of cesarean section as an indicator of health services’ quality. Objectives: To assess the concordance and discordance of the indications for cesarean section at CHCB’s Obstetric Unit and the main determinants of rates of this procedure; to evaluate the quality of medical records, and so to contribute to their improvement and to reduce the number of unnecessary cesarean sections. Methods: Retrospective study, based on the collection of clinical data of pregnant women who have been delivered at the CHCB’s – Obstetric Unit and have had cesarean section in period from January 1 st , 2011 to June 30, 2011. Data collected has been recorded by filling in a specific protocol, and subsequently coded and statistically analyzed using the Microsoft Office Excel ® 2007. Results: In the 1st half of 2011 there were 55.7% of vaginal births, cesarean representing 31.6% of the total. The sample consisted of 100 women, corresponding to 103 deliveries. The mothers were aged between 17 and 43 years old (mean - 31.1 years, SD - 5.78), 58 were nulliparous and of those with one or more births, 31 were primiparous and 10 multiparous, with 55% having previously delivered by cesarean section. The indications of cesarean were: non-reassuring fetal status (33.1%), abnormal presentation (15.4%), uterine scar (5.1%), FPI (8.1%); steady labor (16.2%), maternal pathology which contraindicate vaginal birth (3.7%), severe pathology characteristic of or associated with pregnancy (3.7%), failed induction (9.6%), poor maternal collaboration (1.5%), 1 previous cesarean (1.5%) and multiple pregnancy (1.5%). In one case the indication of cesarean section has not been recorded. In 59.3% of cesarean sections the diagnosis has been confirmed after surgery, while in 40.7% this did not happen. The justifications given to perform cesarean delivery, 64% were documented and in 35.3% the same was not true. Conclusion: The cesarean rate in CHCB is much higher than the limit recommended by the WHO, but lower than the rate found in most national hospitals. The indications that most contributed to this were: non-reassuring fetal status, steady labour, abnormal presentation, induction failed and FPI. Non-reassuring fetal status, steady labour and FPI, were those where there was more disagreement between the pre and postoperatively. In CHCB the major determinants for the rate of cesarean deliveries were induced and elective deliveries, with fetuses in abnormal position (mostly pelvic) and previous cesarean. Low risk pregnancies are responsible for a considerable proportion of births.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10400.6/1159
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