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Título: Perfil fármaco-terapêutico do doente de Parkinson da consulta de neurologia do Hospital Pêro da Covilhã
Autor: Galante, Maria João Gonçalves
Orientador: Fonseca, Carla Sofia Pais
Rosado, Maria Luiza Constante
Palavras-chave: Doença de Parkinson - Factores de risco
Doença de Parkinson - Perturbação motora - Terapêutica
Doença de Parkinson - Levodopa
Data de Defesa: Out-2011
Editora: Universidade da Beira Interior
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central, para a qual não existe cura e cujas causas são ainda desconhecidas. A doença manifesta-se por sintomas motores tais como tremor em repouso, rigidez, bradicinésia e instabilidade postural. Apesar dos sintomas motores dominarem o quadro clínico desta patologia, a maioria dos pacientes apresenta outros sintomas classificados como não-motores: alterações cognitivas, apatia, depressão, fadiga, dor, entre outros. Embora se possa manifestar em qualquer idade, esta enfermidade surge, geralmente, depois dos 50 anos e os sintomas pioram gradualmente com o tempo. A DP afecta cerca de 20 mil portugueses e prevê-se que, com o crescente envelhecimento da população, este número possa aumentar. O diagnóstico da DP numa fase precoce pode ser difícil, mesmo para um neurologista experiente, pois não existe nenhum exame complementar que por si só o faça. Normalmente, o diagnóstico baseia-se no reconhecimento dos sintomas e sinais característicos desta patologia. Os sintomas mais precoces podem ser controlados por medicação que active os receptores estriatais da dopamina como é o caso da levodopa e dos agonistas dopaminérgicos. No entanto, o mesmo não acontece quando a doença se encontra numa fase mais avançada. Assim, a medicação a utilizar vai depender do estádio da doença em que o paciente se encontra e da sua resposta a esse mesmo tratamento. O presente trabalho tem como principal objectivo caracterizar demograficamente os doentes de Parkinson da consulta de Neurologia do Hospital Pêro da Covilhã, através da consulta de processos clínicos, e avaliar a terapêutica utilizada e a evolução da doença. A análise estatística dos dados recolhidos foi realizada usando o programa SPSS. Foram identificados 91 doentes com diagnóstico clínico de DP acompanhados em consulta externa de Neurologia do Hospital Pêro da Covilhã e com diagnóstico de DP há pelo menos um ano, estabelecido por um neurologista. A idade média da amostra foi de 78±7anos, tendo-se observado predomínio do sexo masculino (62,7%). Verificou-se que existiam comorbilidades em 78 indivíduos e segundo a escala Webster a maioria dos indivíduos encontrava-se nos estádios leves com 3±2 anos da evolução da doença desde o diagnóstico clínico. A terapêutica mais utilizada pela amostra em estudo foi levodopa a uma dose média diária de 300 mg. Os resultados do estudo permitiram verificar que não existem relações estatisticamente significativas entre a terapêutica e o género, a idade, e as comorbilidades. Por outro lado, verificou-se que existe alteração de alguns sintomas motores com a terapêutica utilizada. Observou-se melhoria da rigidez quando se utilizou terapêutica complementar antiparkinsónica (p=0,042), do tremor quando se utilizou levodopa (p=0,007), a associação levodopa e terapêutica complementar antiparkinsónica (p=0,001) e a terapêutica complementar antiparkinsónica (p=0,005), e da bradicinésia quando se utilizou levodopa (p=0,046). Contudo a instabilidade postural não foi alterada por nenhuma terapêutica antiparkinsónica utilizada. Verificou-se que 19 pessoas da amostra abandonaram a terapêutica com levodopa, 37,0% devido a flutuações motoras, 7,4% devido a discinésias, 8,5% devido a sintomas gastrointestinais e 7,4% devido a alucinações. Os resultados parecem consistentes com estudos actuais descritos na literatura. Contudo verifica-se que alguns indivíduos usam doses terapêuticas abaixo das recomendadas e a maioria dos sintomas motores não se encontram controlados.
Parkinson’s disease (PD) it’s a central nervous system neurodegenerative illness, for which there is no cure and whose causes are still unknown. The disease is manifested by motor symptoms such as resting tremor, rigidity, bradykinesia and postural instability. Although motor symptoms dominate the clinical picture of this disease, most patients have other symptoms classified as non-motor, such as cognitive impairment, apathy, depression, fatigue, pain, among others. Although it may appear at any age, this disease has its onset usually after age 50 and the symptoms gradually worsen over time. PD affects about 20 000 Portuguese and it is expected that with the growing aging population, this number may increase. The diagnosis of PD at an early stage can be difficult even for an experienced neurologist, because there are no diagnostic complementary exams that can, by themselves, identify the disease. Usually, the diagnosis is based on the recognition of characteristic signs and symptoms of this disease. The earliest symptoms may be controlled by medication that activates the striatal dopamine receptors such as levodopa and dopamine agonists. However, the same does not happen when the disease is at an advanced stage. Thus, the medication to use will depend on the stage of disease where the patient is, and its response to the treatment. This work is primarily intended to describe the clinical characteristics of patients suffering from PD followed at the Neurology Consultation of the Hospital Pêro Covilhã. Data was collected from medical records and the statistical analysis was performed using the SPSS software. We identified 91 patients with clinical diagnosis of PD followed at the Neurology Consultation of the Hospital Pêro da Covilhã and diagnosed with PD for at least one year. The average age of the sample was 78 ± 7 years, being predominant in males (62.7%). Comorbidities were found in 78 patients and, according to the Webster scale, the majority of them were in the lowest stage of the disease with 3 ± 2 years since the clinical diagnosis. The most widely used treatment was levodopa in a daily dose of 300 mg. The results of the study allowed us to verify that the selected treatment is not dependent on gender, age or comorbidities. On the other hand, it was found that motor symptoms were affected by the treatment used. There was improvement of stiffness when using additional antiparkinsonian therapy (p = 0.042), tremor when using levodopa (p = 0.007), levodopa + adjunctive antiparkinsonian therapy (p = 0.001) and adjunctive antiparkinsonian therapy alone (p = 0.005), bradykinesia when using levodopa (p = 0.046). However, the postural instability was not altered by any antiparkinsonian therapy used. It was found that 19 patients abandoned levodopa therapy due to motor fluctuations (37.0%), dyskinesias (7.4%), gastrointestinal symptoms (8.5%) and hallucinations (7.4%). Our results seem consistent with data published in the literature. However, we have found that some individuals are prescribed with lower therapeutic doses than the recommended ones and most motor symptoms are still not controlled.
Peer review: yes
URI: http://hdl.handle.net/10400.6/953
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