Censura & livros proibidos: cortar a raiz ao pensamento

Abstract

Abordar a relação entre a censura, os livros proibidos e o respectivo impacto na escrita (visto pelo lado de alguns autores de referência) e, subsequentemente, no nível de desenvolvimento sociocultural do país que hoje somos (visto pelo lado das consequências do histórico estado de censura em que o país viveu ao longo dos últimos cinco séculos, com acento tónico no período do Estado Novo), apresentando uma visão global e sustentada propiciadora de um debate vivo nas ideias e fértil nas conclusões, constituiu o objectivo traçado para a conferência. Em concreto, relevam como tópicos temáticos: o pensamento de Salazar – “politicamente só existe o que o público sabe que existe” – subjacente à introdução da censura; o roteiro da censura no Estado Novo; a instituição do crime de “delito de opinião” com julgamento em Tribunal Plenário; a autocensura como o pior dos censores; a proibição de cerca de 3.300 obras durante o regime do Estado Novo, conforme relatório da Comissão do Livro Negro do Fascismo, publicado em 1984; a relação dos 12 autores portugueses mais proibidos; a quantidade de títulos proibidos por ano, entre 1933 e 1974; o pensamento de José Saramago sobre a censura (in Diálogos com José Saramago); a evolução de temas, conteúdos e autores após o fim da censura; introdução, constatações e conclusão do estudo “Breve História da Censura Literária em Portugal” e informação sobre outros estudos sobre a censura, publicados em Portugal; e debate final - Que consequências? Que soluções?