A ironia nas Terceiras estórias: Tutaméia

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2013-05-21

Autores

Caixeta, Maryllu de Oliveira [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Para o estudo de Tutaméia: terceiras estórias de João Guimarães Rosa, esta tese apresenta o estudo comparado da ironia considerada em sua acepção socrática de motivação mítica, em sua retomada pelo romântico alemão Friedrich Schlegel como negação de formas-de-exposição já convencionais, e com base na elaboração do conceito de ironia pela tese de Kierkegaard que critica o modo como os românticos se apropriaram da ironia socrática. A partir da teorização de um romântico como F. Schlegel, a ironia, literária e filosófica, pode ser pensada como uma condição da forma artística, entendida como artefato produtor de sentido. Com seus quatro prefácios, Tutaméia rege um coro de ditos e não ditos ou propõe um debate irônico acerca de: anedotas de abstração; um coro que legisla sobre os neologismos; outro coro que refere o parecer dos filósofos sobre nossa condição trágica negada por chistes de bêbado; a voz autoral. O quarto prefácio são VII pequenas narrativas narradas pelo autor em primeira pessoa. Na primeira, conversa com seu alterego sobre literatura, e nas demais considera as implicações da narração de estórias, algumas atribuídas a tio Cândido e Zito, projeções da voz autoral. Os prefácios apresentam como ficção a descentralização do sujeito da escrita para proporem um debate irônico que coloca em cena e suspende as leis da representação. Para o estudo comparado da ironia literária, a ironia na forma, esta tese se dedica, especialmente, à análise do primeiro prefácio que apresenta o modo de ser da estória que, por vontade e dever, nega a (H)história para se parecer um pouco com a anedota de abstração. Como ser instável e mítico, a estória retoma e reverte os termos da comparação aristotélica de poesia e história. O princípio superior do pensamento ou dos suprassensos das...
This thesis presents a comparative study of irony in João Guimarães Rosa’s Tutaméia: terceiras estórias. The irony will be considered in its Socratic sense of mythical motivation, in its revival by the Romantic Friedrich Schlegel as the denial of conventional enunciation-forms and, finally, based in the concept of irony in Kierkegaard’s thesis which criticizes how the Romantics appropriated the Socratic irony. From the theorizations of a romantic as F. Schlegel, literary and philosophical irony can be conceived as an art form condition, understood as a meaning producer object. With its four prefaces, Tutaméia governs a chorus of spoken and unspoken or proposes an ironical debate about abstraction anecdotes, neologisms, the philosophers’ thoughts about our tragic condition denied by drunk’s jocosity and the authorial voice. The fourth preface consists in VII small stories narrated in first person by the author. At first, he talks to his alterego about literature. At the other, he considers the implications of storytelling, some attributed to tio Cândido e Zito, projections of authorial voice. The prefaces presented as fiction the decentralization of the writer to propose an ironical debate which focalizes and suspends the laws of representation. In order to study comparatively the literary irony, or the irony at the form, this thesis analyses especially the first preface of the book, which presents the aspects of a story that (by the will and duty) denies history in order to resemble the abstraction anecdote. As an unstable and mythical being, the story reverses the terms of Aristotelian comparison of poetry and history. The superior principle of thought, or stories of supersenses, is the no-sense which mechanisms, selected in communitarians narrative categories, creates witticism or conflicts approaching the transcendence or something... (Complete abstract click electronic access below)

Descrição

Palavras-chave

Rosa, João Guimarães, 1908-1967, Literatura brasileira - Sec. XX, Literatura - Historia e critica, Brazilian literature - 20th century

Como citar

CAIXETA, Maryllu de Oliveira. A ironia nas Terceiras estórias: Tutaméia. 2013. 214 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2013.