Efeitos dos trabalhos por turnos

Abstract

O presente trabalho tem como objectivo analisar alguns dos efeitos do trabalho por turnos, em trabalhadores de duas empresas, com diferentes práticas de Gestão de Recursos Humanos. No sentido de estudar as implicações do trabalho por turnos, escolhemos duas empresas do sector da indústria plástica, na área do grande Porto, onde a organização dos seus tempos de trabalho envolve um horário de trabalho composto por três turnos (rotativos): 1º turno das 0 horas às 8 horas, 2º turno das 8 horas às 16 horas e 3º turno das 16 horas às 24 horas. Os sujeitos envolvidos são um total de 69, sendo 22 trabalhadores da empresa identificada neste estudo por “empresa 2”, e 47 trabalhadores da empresa identificada por “empresa 1”. A todos os trabalhadores envolvidos foi entregue um questionário composto por algumas subescalas do EPTT – Estudo Padronizado do Trabalho por Turnos. Os resultados obtidos, apesar das limitações metodológicas e do pequeno número da amostra, confirmam uma parte das hipóteses enunciadas, nomeadamente no que diz respeito ao “ritmo de trabalho” e nível de habilitações dos colaboradores. Apesar de existirem diferentes práticas de Gestão de Recursos Humanos nas duas empresas, é na empresa 1 que se verifica sujeitos mais insatisfeitos e onde a intenção de saída do trabalho por turnos tem valores mais elevados. Concluímos assim que na empresa 1, onde existem boas práticas de recursos humanos, os sujeitos estão mais inconformados com o tipo de horário que praticam, porventura por possuírem mais habilitações literárias, o que possivelmente lhes cria mais expectativas para outro tipo de trabalho e de horário. Todavia, este estudo aponta para a inevitabilidade de problemas associados ao trabalho por turnos, e a necessidade de se prosseguir a investigação nesta área, de modo a tentar prevenir ou minorar efeitos adversos deste tipo de tempos de trabalho. Face aos dados obtidos, concluímos com sugestões ao nível das práticas de Gestão de Recursos Humanos para ambas as empresas.

This present work has the aim of analysing the effect of working in shifts, in workers of two hypothetic companies, with different practices Human Resources Management. Bearing in mind the implications of working in shifts, we have chosen two companies of plastic industry, in the area of Oporto, where the organisation of their working shifts involves a working timetable made of three different shifts: the first, from midnight to 8 a. m o’clock; the second, from 8 a. m to 4 p.m. and the third one, from the previous hour until midnight. The subjects involved perform a total of 69, 22 of them / belonging to company identified as “ 2 company”, and 47 workers of the “ 1 company”. It was delivered to each worker involved a questionnaire made of a few SSI (Standard Shiftwork Index ) infra-scale. The results obtained, in spite of its limitations, as far as methodology is concerned, and the small sample, have confirmed part of our initial hipotheses, namely about the “rithm of work” and edution of the workers. Although there were different Practices of Human Resources Management in the two companies, it was in “company 1” that the subjects were more displeased and where the workers thats show more will of choping working shifts. In conclusion, in company identified as “1”, where there are reliable human economic resources, but the subjects were more displeased with the kind of timetable they practise. This is related to the fact of having more academic qualifications which brings them the need for other kind of work and timetable. Nevertheless, this study points out problems associated to working in shifts and the need to go on investigating this area, in order to prevent or reduce the effects of this kind of work on the workers. Based on our data, we conclude with suggestions related to the Human Resources Manegement of both companies.