Perspetivas dos terapeutas e dos clientes acerca da desistência da psicoterapia

Abstract

O presente estudo tem como objetivo geral compreender o fenómeno de desistência da psicoterapia, quer na perspetiva do cliente, quer na perspetiva do terapeuta. O fenómeno de desistência da terapia é relativamente prevalente, verificando-se taxas entre os 30% e os 60% (Wierzbicki & Pekarik, 1993; Reis & Brown, 2006). A desistência da psicoterapia ainda está pouco estudada numa perspetiva compreensiva do processo que o desencadeia (Roe, Dekel, Harel & Fennig, 2006; Pulford, Adams & Sheridan, 2008). A amostra deste estudo foi recolhida no Serviço de Psicologia da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, tendo participado 19 clientes que desistiram da terapia e os respetivos terapeutas (N=7). Ambos os participantes responderam voluntariamente e de modo independente a um questionário construído para o efeito. A análise dos dados quantitativos foi realizada através da estatística descritiva e a análise qualitativa com recurso à análise temática. De um modo geral, as perspetivas dos terapeutas e dos clientes sobre a desistência foram divergentes. Serão discutidas as implicações para a investigação e prática clínica.

This study aims to understand the general phenomenon of psychotherapy dropout, either from the perspective of the client, whether from the perspective of the therapist. The dropout phenomenon is relatively prevalent, verifying rates between 30 % and 60 % (Wierzbicki & Pekarik,1993; Reis & Brown, 2006). The dropout is still little studied in a comprehensive perspective of the process that triggers (Roe, Dekel, Harel & Fennig, 2006; Pulford, Adams & Sheridan, 2008). The sample was collected at the Department of Psychology, School of Psychology, University of Minho , having participated in 19 clients who dropped out of therapy and their respective therapists (N=7). Both participants responded voluntarily and independently to a questionnaire constructed for this purpose. The quantitative data analysis was performed using descriptive statistics and qualitative analysis using thematic analysis. In general, the perspectives of therapists and clients about the dropout were divergent .Will discuss the implications for research and clinical practice.