Brazil's global aspirations and their implications for the relationship with Argentina in the framework of MERCOSUR

Abstract

The rise of the new millennium has been accompanied by global changes and challenges, occurred as consequence of the spread of systemic-affecting features that have transformed the model through which the international order was witnessed. The negative effects of globalization and the rise of emerging countries coming from the 'periphery' of the world have played a significant role in reshaping the international balance of power and in creating new schemes of cooperation among states. Focusing on Brazil’s emerging role and on the transformations that this longstanding "middle power" has been able to bring to both the international relations debate and practical field, the present contribution aims to offer a detailed analysis of the twenty-first century Brazilian foreign policy. The official discourses show that last governments' external agenda has been characterized by an increasing interest in global issues and in a more active international participation, as never experienced before. Maintaining a strong commitment toward 'autonomy' and 'development' of the Brazilian foreign policy, Lula da Silva’s first mandate has been marked by the desire and aspiration of making Brazil a global player, passing first through the creation of a stable and supportive platform and the recognition of its regional leadership role within the South-American region. The regional obstacles met by Brazil have promoted a change of attitude of the country and the search for extra-regional partners, relationships and forms of engagement, although emphasizing the differences between the international agendas of Lula da Silva and Dilma Rousseff. Through a theoretical synthesis of Neorealism and Neoliberalism, this contribution analyses the obstructive role played by Argentina (the historical rival and at the same time a strategic partner in the development and the future of the regional integration project: MERCOSUR) in balancing Brazilian global aspirations and in coordinating a regional response opposing the South-American giant. In conclusion, the present research aims to offer an analysis of the visible and hidden motivations that have driven the regional actors to object Brazil.

O novo milénio foi acompanhado por mudanças e desafios globais, que têm afetado o sistema e transformaram o modelo através do qual a ordem internacional era observada. Os efeitos negativos da globalização e a ascensão de países emergentes provenientes da "periferia" do mundo têm desempenhado um papel significativo na reformulação do equilíbrio do poder internacional e na criação de novos esquemas de cooperação entre os Estados. Enfocando sobre o papel emergente do Brasil e as transformações que esta "potência média" tem sido capaz de trazer. tanto para o debate das relações internacionais como no campo prático, a presente contribuição tem como objetivo oferecer uma análise detalhada da política externa brasileira do século XXI. A agenda externa do Brasil dos últimos governos tem sido caracterizada por um crescente interesse por questões globais e para uma participação internacional mais activa, como nunca antes. Mantendo um forte compromisso com a "autonomia" e o "desenvolvimento" da política externa brasileira, o primeiro mandato de Lula da Silva tem sido marcado pelo desejo e a aspiração de fazer do Brasil um ator global de relevo, passando primeiro através da criação de uma plataforma de apoio estável e do reconhecimento da sua liderança regional na América do Sul. Se o primeiro mandato político de Lula da Silva tem assistido a uma consideração particular e espaço reservado para a região, durante o segundo o Brasil tem olhado mais para parceiros e relações extra-regionais. Através de uma síntese teórica do neo-realismo e neoliberalismo, esta análise enfatiza o papel obstrutivo desempenhado pela Argentina (histórico rival regional e ao mesmo tempo parceiro estratégico no desenvolvimento do projeto de integração regional: MERCOSUL) em equilibrar as aspirações globais brasileiras e em coordenar uma resposta regional para opor o gigante sulamericano. Em conclusão, a presente pesquisa tem como objetivo oferecer uma análise das motivações visíveis e ocultas que tem movido os atores regionais para a oposição ao Brasil.