Perfis dos intervenientes no bullying escolar: atitudes e comportamentos na agressão entre pares

Abstract

Objetivo: O principal objetivo deste estudo consistiu em identificar e caracterizar os alunos que estão diretamente implicados no bulllyng face aos seus colegas não envolvidos neste problema. Para tal, pretendeu-se em primeiro lugar definir os grupos com distintos posicionamentos no bullyng com base na frequência dos seus comportamentos de vitimização e agressão, seguidamente, aprofundou-se o conhecimento sobre estes jovens que agridem e/ou que são agredidos pelos seus pares, de acordo com algumas variáveis intrínsecas ao comportamento do bullyng (atitudes perante o bullyng reação à agressão, colaboração no bullyng a outros colegas, etc.). Desejamos igualmente confirmar a adequabilidade de sistematização utilizada pela literatura especializada para organizar os alunos em função da sua participação no bullyng; vítimas, agressores, vítimas agressoras e neutros (ou não envolvidos). Conclusão: Neste estudo ressalta a conclusão de que os três perfis de alunos internacionalmente aceites como tendo protagonismo direto no bullyng (as vítimas, os agressores e as vítimas agressoras), não são suficiente para definir todos os tipos de envolvimentos que realmente existem. Alguns jovens apesar de participarem nestas situações não se enquadram exatamente em nenhum dos perfis estabelecidos. O novo enquadramento atribuído ao alunos que tanto são vitimas como agridem mas de forma menos frequente e repetida, resultou no aparecimento de um novo grupo de envolvimento, autónomo dos anteriormente existente, denominado grupo das vítimas não passivas. As vítimas não passivas embora “nascendo” ou surgindo das vítimas agressoras distingue-se destas e assumem características próprias, muitas delas mais próximas das vítimas passivas do que das vítimas agressoras. Em outros aspetos parecem situar-se numa posição intermedia diante destes dois tipos de vítimas, mas pelo conjunto de comportamentos que manifestam merecem claramente um estatuto próprio, dentro da problemática da vitimização e uma intervenção adequada na questão do bullyng.