O debate religião e psicologia nas primeiras cartas entre Carl Gustav Jung e Victor White (1945-1948)
Resumo
Resumo Resumo: No ano de 1945, o padre dominicano inglês Victor White (1902-1960) envia para o psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) quatro ensaios, que ele escreveu sobre algumas aproximações entre o Pensamento Católico e a psicologia desse último, comumente chamada de Psicologia Analítica, aqui tratada como Psicologia Complexa. Assim, inicia-se uma correspondência, colaboração e amizade, que durou até o ano de 1960, ano do falecimento de White. Tal colaboração gerou um profundo debate entre a Religião e a Psicologia, registrado não somente nas cartas entre ambos como em suas respectivas obras. Essa relação sofreu um abalo, a partir de 1949, com as diferenças entre os dois autores, no que tange à experiência ocidental sobre Deus e a realidade do Mal, culminado em 1952 com a publicação do livro Resposta a Jó, de Jung, e as críticas de White a esse trabalho. Nos últimos anos da relação, está registrada nas cartas a tentativa de um reencontro, que não ocorreu devido às limitações de White e à idade avançada de Jung. Nos anos iniciais, de 1945 a 1948, houve um grande furor criativo e produtivo entre Jung e White, com o estabelecimento de muitos paralelos epistêmicos entre a Religião e a psicologia moderna. Tais paralelos estão implícitos nas questões e intenções que os dois apresentaram, frente à colaboração que se estabelecia; Jung viu em White um guia dentro do conhecimento patrístico, importante para a elucidação sobre as manifestações do inconsciente coletivo; e White vislumbrou a possibilidade de uma síntese entre a Suma teológica, de Aquino, e os modelos teóricos de Jung, acerca dos fenômenos psíquicos. Abstract: In 1945, the English Dominican priest Victor White (1902-1960) sends to the Swiss psychologist and psychiatrist Carl Gustav Jung (1875-1961) four essays, he wrote about some similarities between Catholic Thought and psychology of the latter, commonly called Analytical Psychology, here treated as Complex Psychology. So begins a correspondence, collaboration and friendship that lasted until the year 1960, the year of death of White. Such collaboration has generated a vigorous debate between religion and psychology, recorded not only in the letters between them as in their respective works. This relationship has been shaken, as of 1949, with the differences between the two authors, regarding the Western experience of God and the reality of evil, culminating in 1952 with the publication of the book Answer to Job, Jung, and criticism White to this work. In recent years the relationship is recorded in letters to attempt a reunion, which was not due to the limitations of White and the advanced age of Jung. In the early years, from 1945 to 1948, there was a great furor creative and productive between Jung and White, with the establishment of many epistemic parallels between religion and modern psychology. Such parallels are implicit in the issues and intentions that the two had in front of the collaboration that was established; Jung saw White in a tab within the patristic knowledge, important for the elucidation of the manifestations of the collective unconscious, and White saw the possibility of a synthesis between the Summa Theologica, Aquinas, and the theoretical models of Jung, about psychic phenomena.
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