A comunicação na gestão de sintomas em cuidados paliativos - perspetivas dos enfermeiros de uma unidade de cuidados paliativos

Abstract

Cuidados Paliativos, são também cuidados preventivos, baseados no acompanhamento, na compaixão, que exige ao profissional de saúde, nomeadamente ao enfermeiro, competências específicas a nível da comunicação, gestão de sintomas, acompanhamento familiar, acompanhamento no processo de luto, trabalho em equipa e competências mais gerais, como intervir na formação, gestão e investigação. Abordar o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual da pessoa que enfrenta a última etapa da vida e sua família, ajudando-a a viver até ao fim, exige cuidados rigorosos que se centrem no bem-estar de quem cuidam. Neste sentido, é fundamental treino, e o Estágio de Natureza Profissional constitui-se como um espaço para a aquisição e desenvolvimento de competências a nível humano, técnico, científico e relacional, para prestar cuidados de excelência à pessoa e família que enfrentam problemas decorrentes de uma doença grave, incurável, progressiva e com prognóstico limitado. Assim, com o objetivo de desenvolver competências especializadas em Cuidados Paliativos a opção recaiu pela realização de um Estágio de Natureza Profissional na Unidade de Cuidados Paliativos, WECARE-Saúde, de forma a delinear intervenções com base em conhecimentos científicos, técnicos, humanos, culturais e espirituais. Ao longo do estágio foram desenvolvidas diversas atividades, nomeadamente: no âmbito da prestação de cuidados diretos à pessoa e família atendendo às dimensões relevantes dos Cuidados Paliativos: gestão de sintomas, comunicação, apoio familiar, apoio no luto e trabalho em equipa; da formação com o desenvolvimento de um dispositivo de formação de forma a dar resposta às necessidades identificadas como prioritárias da equipa de saúde, da gestão dos cuidados, dos recursos materiais e humanos em colaboração com o enfermeiro coordenador do serviço; na promoção da melhoria da qualidade dos cuidados através do desenvolvimento de um projeto de intervenção para a utilização da dimensão comunicacional como uma estratégia para a gestão de sintomas. O estudo de investigação versou sobre uma necessidade identificada através do diagnóstico de situação envolvendo a temática: A comunicação como estratégia não farmacológica de controlo de sintomas, com o objetivo geral de conhecer a perspetiva dos enfermeiros de uma Unidade Cuidados Paliativos sobre a utilização da comunicação na gestão de sintomas à pessoa em situação paliativa e família, de forma a contribuir para a capacitação dos cuidadores formais e informais de uma Unidade de Cuidados Paliativos para a utilização da comunicação na gestão de sintomas da pessoa em situação paliativa. Assentou no paradigma qualitativo, com recurso à entrevista semiestruturada dirigida a enfermeiros da unidade. Os achados foram submetidos a análise de conteúdo segundo Bardin (2016). Verificou-se, a comunicação é um dos pilares para a gestão de sintomas da pessoa em situação paliativa e família. Efetivamente, funciona como uma estratégia de intervenção na minimização do sofrimento e, como tal, é imperativo que o profissional de saúde tenha treino, formação e experiência. Considera-se ter desenvolvido competências na prestação especializada em cuidados paliativos.

Palliative care is also preventive care, based on guidance, on compassion, which requires from the health professional, namely the nurse, specific skills in communication, symptom management, family accompaniment, support in the grieving process, teamwork, and more general skills, such as intervening in training, management, and research. Addressing the physical, psychological, social, and spiritual suffering of the person facing the last stage of life and their family, helping them to live to the end, requires rigorous care that focuses on the well-being of those they care for. Regarding this, training is essential, and the Internship of Professional Nature constitutes a space for the acquisition and development of skills at a human, technical, scientific, and relational level, to provide excellent care to the person and family facing problems arising from a serious, incurable, progressive disease with limited prognosis. Thus, in order to develop specialised skills in Palliative Care, the option fell on carrying out an Internship in the Palliative Care Unit, WECARE-saúde, in order to plan interventions based on scientific, technical, human, cultural and spiritual knowledge. Throughout the internship, several activities were developed, namely: the provision of direct care to the person and family taking into account the relevant dimensions of Palliative Care: symptom management, communication, family support, bereavement support and teamwork; training, with the development of a training device to meet the priority needs identified by the health team, the management of care, material and human resources in collaboration with the nurse coordinator of the service; promotion of the improvement of the quality of care through the development of an intervention project for the use of the communication dimension as a strategy for symptom management. The research study dealt with a need identified through the diagnosis of the situation involving the topic: communication as a non-pharmacological strategy to control symptoms, with the general objective of understanding the perspective of nurses of a Palliative Care Unit on the use of communication in symptom management for palliative care patients and their families, so as to contribute to the training of formal and informal caregivers of a Palliative Care Unit in the use of communication in symptom management for palliative care patients. It was based on the qualitative paradigm, using semi-structured interviews with nurses of the unit. The findings were subjected to content analysis according to Bardin (2016). It was found that communication is one of the pillars for symptom management in palliative care patients and their families. Effectively, it functions as an intervention strategy to minimise suffering and, as such, it is imperative for health professionals to have training, education, and experience. Competences are considered to have been developed in the provision of specialized palliative care.