Julgamento visual de cadeiras de rodas: contribuições para o design de produtos assistivos

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Data

2017-02-24

Autores

Mattos, Liara Mucio de [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Os objetos de uso diário comunicam algo sobre quem os utiliza e as pessoas tendem naturalmente a associar esses produtos com a personalidade do usuário. Assim como a maioria das Tecnologias Assistivas, em muitos casos a cadeira de rodas manual não possui aparência agradável e tem sido associada a julgamentos negativos com relação a quem os utiliza. Nesse sentido, este estudo, de caráter transversal, tem como objetivo avaliar o julgamento visual de cadeiras de rodas manuais por sujeitos não usuários, com a finalidade de verificar se existe relação entre características do design deste objeto e percepções negativas (estigma) relacionadas a quem o utiliza. Para isso, foram utilizadas fotografias de 6 modelos diferentes de cadeiras, uma cadeira comum de madeira e 5 cadeiras de rodas diferentes. A pesquisa contou com a participação de 156 estudantes de graduação e pós-graduação das três faculdades do campus de Bauru da UNESP (FAAC, FC e FEB). Para avaliação das imagens foi utilizado um protocolo de Diferencial Semântico composto de 14 pares de adjetivos opostos relacionados a um julgamento da pessoa que utiliza a cadeira. Os sujeitos responderam de forma anônima a um dos seis testes de Diferencial Semântico disponível por meio digital e, em seguida, um questionário a respeito do grau de convivência com usuários de cadeiras de rodas. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva (média e desvio padrão) e os testes estatísticos de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e Teste “T” foram utilizados para comparação de médias. Os resultados sugerem que a cadeira de rodas implica em julgamento negativo sobre quem a utiliza e que o julgamento de pessoas usuárias de cadeiras de rodas é influenciado pela aparência dos equipamentos que utilizam. Além disso, aparentemente, a proximidade de um indivíduo com outro que utiliza cadeiras de rodas interfere de forma positiva no julgamento dos mesmos. Os resultados podem contribuir para se repensar o design da cadeira de rodas, especialmente em suas funções estéticas e simbólicas, de modo a lançar um novo olhar sobre as pessoas com deficiência.
The everyday objects communicate about who uses it and people naturally tend to associate those products with the user's personality. Most of Assistive Technologies, including manual wheelchairs, do not have pleasant appearance and. In this sense, this cross-sectional study aims to evaluate the visual judgment of manual wheelchairs by non-users in order to verify if there are a relation between characteristics in the design of this object and negative perceptions (stigma) about who uses it. To this study, used photograph 6 different models of chairs, a common wooden chair and 5 different wheelchairs. For the tests, 156 students of undergraduate and graduate levels participated from the three campus of colleges of UNESP/Bauru (FAAC, FC e FEB). The subjects responded anonymously to one of six semantic differential tests available in digital media and, after that, a questionnaire about the degree of interaction with users of wheelchairs. The data were analyzed by descriptive statistics (mean and standard deviation) and the statistical tests of Kruskal-Wallis, Mann-Whitney and Test "T" were used to compare means. The results suggests that the wheelchair implies a negative judgment about who uses it and the judgment about wheelchairs users is influenced by the appearance of the equipment that they use. Furthermore, apparently, the proximity of an individual to wheelchairs users interferes positively in their judgment. The results can contribute to rethinking the design of the wheelchair, especially in its aesthetic and symbolic functions, in order to throw a new look at people with disabilities.

Descrição

Palavras-chave

Cadeira de rodas, Design, Estigma, Tecnologia Assistiva, Wheelchair, Design, Stigma, Assitive Technology

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