Identificação de doença óssea renal em pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise por meio da avaliação laboratorial e métodos de imagem
Resumo
Resumo: A doença óssea metabólica é uma das maiores causas de morbidade e mortalidade nos pacientes em hemodiálise. Foram estudados 30 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: grupo 1 (n= 20) com dosagens da fração intacta do hormônio das paratireóides (PTHi) superiores a 4 vezes o limite superior do normal (72pg/ml) e grupo 2 (n= 10) com níveis séricos inferiores a este valor. Procedeu-se a análise comparativa com dosagens séricas de cálcio total, fósforo, fosfatase alcalina (FA) total, radiografias das mãos, crânio e ombros além de ultra-sonografia da região cervical para visualização das paratireóides. Não houve diferença entre os grupos quanto à distribuição de idade e sexo. O grupo 1 (M= 13, F= 7) apresentou idade média de 39,8 anos e o grupo 2 (M= 7, F= 3) de 45,5 anos (p= 0,1053). A presença de hiperparatireoidismo secundário (HS) traduzido por níveis elevados de PTHi se correlacionou com o tempo em diálise, r = 0,64 (n= 30). As dosagens do cálcio total, fosfatase alcalina total e fósforo não mostraram correlação com o PTHi em ambos grupos. A ultra-sonografia identificou aumento das paratireóides em 25% (5/20) dos pacientes do grupo 1. Entretanto, não alcançou diferença estatística contra o grupo 2, onde em nenhum paciente se evidenciou este achado. Por outro lado, ao menos uma alteração radio lógica foi observada em 14 pacientes do grupo 1 (70%) em contraste com 2 pacientes do grupo 2 (20%) (p< 0,05). Conclui-se existir uma forte associação entre o tempo de hemodiálise e gravidade de hiperparatireoidismo e que cálcio, fósforo e fosfatase alcalina total não foram parâmetros que se correlacionaram a presença de hiperparatireoidismo secundário (HS). Finalmente, as alterações radiográficas se encontraram mais presentes nos pacientes com HS severo ao contrário dos pacientes com outras formas de doença óssea. Abstract: The metabolic bone disease is one of the major causes of morbity and mortality in hemodialysis patients. Thirty patients were studied with end stage renal disease in hemodialysis. The patients were divided into two groups: group 1 (n= 20) had intact fraction of the parathyroid hormone (iPTH) four times the upper limit of normality (72pg/ml), and group 2 (n= 10) had serum levels lower than those. The study includes a comparative analysis of calcium, phosphorus, alkaline total phosphatase, hands, head and shoulders x- rays, and neck ultra-sound to visualize the parathyroid glands. We did not find differences in age and sex between the groups. The group 1 (M= 13, F= 7) had a mean age of 39.8 years and the group 2 (M== 7, F= 3) of 45.5 years (p= 0.1053). The presence of secondary hyperparathyroidism (SH) showed by elevated levels of iPTH was correlated to the time of dialysis, r= 0.64 (n= 30). The total calcium, alkaline phosphatase and phosphorus levels showed no correlation with the iPTH in either group. The ultrasound identified an increase in the parathyroids sizes in 25% (5/20) of the patients in group 1. However, it did not reach statistical differences when compared to group 2, in which no patient showed that evidence. On the other hand, at least one radiological alteration was observed in 14 patients in group 1 (70%) in contrast with 2 patients in group 2 (20%) (p<0.05). We conclude that a strong correlation exists between the time of hemodialysis and the severity of hyperparathyroidism and that calcium, phosphorus and total alkaline phosphatase were not correlated to the presence of SH. Finally, the radiographic alterations were more commonly found in patients with severe SH than in patients with other forms of bone disease.
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