Produção de vesículas extracelulares de Leishmania (Viannia) braziliensis
Resumo
Resumo : As leishmanioses são um conjunto de doenças promovidas por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania. As mesmas apresentam amplo espectro de distribuição, alta prevalência e incidência, ocorrendo em 92 países. No Brasil, é registrada em todos os Estados. A Leishmania braziliensis é responsável pela leishmaniose tegumentar americana (LTA) e está associada com as manifestações mucocutânea e cutânea localizada da doença. É essencial que haja pesquisas sobre a relação parasito-hospedeiro, para melhor entendimento das leishmanioses. Nesse contexto, as vesículas extracelulares apresentam capacidades imunomoduladoras e de comunicação entre parasito e hospedeiro. O objetivo deste projeto foi avaliar a produção de Vesículas Extracelulares (VEs) de L. braziliensis em dois principais meios de cultivos, Schneider® e RPMI (Roswell Park Memorial Institute)®. De forma qualitativa, inicialmente, avaliou-se a produção de VEs de promastigotas de L. braziliensis no período de 1h, 2h, 4h e 24h. Como resultados foi observado que nos tempos de 4 e 24h houve maior mortalidade de promastigotas. 1h e 2h apresentaram concentrações similares, sendo os melhores tempos de incubação dos parasitos e, utilizados nos testes com os meios. Foi demonstrado que quando incubadas em RPMI, a L. braziliensis produz maior concentração de VEs com menor tamanho médio, em comparação das produzidas no meio Schneider. Isto pode estar associado às diferenças na composição dos meios, sendo observado um potencial de outros íons, além do cálcio que podem influenciar na vesiculação. Observou-se também que a maioria da população de VEs é de microvesículas, sendo a de exossomos menor que 10% em todas as amostras. O tamanho médio das vesículas foi similar com o descrito para a espécie Leishmania amazonensis. Todavia, Leishmania donovani apresenta um padrão muito diferente ao observado neste estudo. Diferenças evolutivas podem ser responsáveis por estas variações. Dentre os dois meios testados, notou-se que dependendo do meio utilizado para a incubação de parasitos do gênero Leishmania, o meio pode interferir no tamanho e quantidade (e potencialmente na composição) das VEs produzidas. Desta forma, futuras pesquisas com VEs deverão considerar estes fatores quando forem analisar estas estruturas, para melhor representação das condições in vivo.
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