Orientador: Nima Imaculada Spigolon

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação

Resumo: Me reconhecer como mulher negra na minha juventude foi um desafio, o qual só foi possível superá-lo, porque tive em minha caminhada vivências em Movimentos Culturais de Matriz Africana que me apresentaram outras possibilidades de ver o mundo e que me faziam sentir-me parte do todo. Mesmo com...

Resumo: Me reconhecer como mulher negra na minha juventude foi um desafio, o qual só foi possível superá-lo, porque tive em minha caminhada vivências em Movimentos Culturais de Matriz Africana que me apresentaram outras possibilidades de ver o mundo e que me faziam sentir-me parte do todo. Mesmo com muitas dúvidas diante do novo que se apresentava, eu tinha uma certeza: a de que havia encontrado um lugar em que eu poderia ser eu mesma, com possibilidades bem remotas de ser discriminada, o que hoje, conforme minha compreensão atual, entendo ser o próprio Racismo. Os dados estatísticos apontam um Genocídio, Feminicídio e também o Suicídio crescentes entre a Juventude Negra, e isso se deve a várias questões, entre elas a ausência de identificação consigo próprio. Diante disso pretendo nesta presente dissertação compartilhar minhas memórias autobiográficas, alinhavando com meus aprendizados, minhas formadoras e formadores, nos estudos de autoras e autores decoloniais, na busca da construção de um conhecimento com menor influência dos padrões eurocêntricos hegemônicos, com base nas reflexões do "Movimento Negro Educador" de Nilma Lino Gomes, visto a importância dos movimentos Culturais de Matriz Africana em Campinas e suas Decolonialidades Epistêmicas, para o meu processo de encontrar-me no mundo. Estes movimentos também reverberam no fazer das minhas ações no meu campo de trabalho e pesquisa e para ilustrar isso trarei a trajetória da Rede Articula Juventudes, uma rede em que atuei como uma das lideranças, e que tem uma metodologia freireana em suas articulações e mobilizações de juventudes negras e periféricas. Esta gira será percorrida para responder às seguintes perguntas: a REAJU é um movimento negro educador? Quais as influências do fazer dos grupos culturais de Tradição de Matriz Africana no fazer da Rede Articula Juventudes? Existe uma decolonialidade presente na metodologia da Rede Articula Juventudes? Quais as possibilidades de se pensar e de se sistematizar uma proposta político pedagógica com o movimento cultural de matriz africana em Campinas?

Abstract: Recognizing myself as a black woman in my youth was a challenge, which it was only possible to overcome, because I had experiences in Cultural Movements of African Matrix that presented me with other possibilities of seeing the world and that made me feel part of of the whole. Even with...

Abstract: Recognizing myself as a black woman in my youth was a challenge, which it was only possible to overcome, because I had experiences in Cultural Movements of African Matrix that presented me with other possibilities of seeing the world and that made me feel part of of the whole. Even with many doubts in the face of what was new, I was sure of one thing: that I had found a place where I could be myself, with very remote possibilities of being discriminated against, which today, according to my current understanding, I understand to be racism itself. Statistical data point to a growing Genocide, Femicide and Suicide among Black Youth, and this is due to several issues, including the lack of self-identification. In view of this, I intend in this present dissertation to share my autobiographical memories, aligning with my learning, my trainers and trainers, in the studies of decolonial authors, in the search for the construction of a knowledge with less influence of the hegemonic Eurocentric standards, based on the reflections of " Movimento Negro Educador" by Nilma Lino Gomes, given the importance of Cultural Movements of African Matrix in Campinas and their Epistemic Decolonialities, for my process of finding myself in the world. These movements also reverberate in my actions in my field of work and research and to illustrate this I will bring the trajectory of Rede Articula Juventudes, a network in which I acted as one of the leaders, and which has a Freirean methodology in its articulations and mobilizations of black and peripheral youth. This tour will be covered to answer the following questions: Is REAJU a black educational movement? What are the influences of the work of the cultural groups of Tradition of African Matrix in the work of the Articula Juventudes Network? Is there a decoloniality present in the methodology of the Articula Juventudes Network? What are the possibilities of thinking and systematizing a political pedagogical proposal with the cultural movement of African origin in Campinas?

Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF