Orientador: Ana Terezinha Guillaumon

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas

Resumo: Introdução: As estenoses das artérias renais, também denominadas de doença renovascular, são uma doença multifatorial, determinando graus variados de estenose, com acometimento uni ou bilateral. Apresentam diversas etiologias, sendo a mais comum aterosclerose. Estima-se que tenha prevalência...

Resumo: Introdução: As estenoses das artérias renais, também denominadas de doença renovascular, são uma doença multifatorial, determinando graus variados de estenose, com acometimento uni ou bilateral. Apresentam diversas etiologias, sendo a mais comum aterosclerose. Estima-se que tenha prevalência entre 1 e 5% da população. É considerada a principal causa secundária de hipertensão arterial sistêmica. Está intimamente relacionada com descontrole pressórico nos doentes, urgências e emergências hipertensivas. Associa-se com outras doenças cardiovasculares, tem maiores índices de morbimortalidade. Evolui para doença renal dialítica com taxas de progressão de 4 a 12% ao ano e representa 5 a 15% dos adultos que se tornam dialíticos anualmente. Dentre as medidas de tratamento, nas estenoses maiores que 60%, temos a angioplastia percutânea das artérias renais. Objetivos: Demonstrar o perfil epidemiológico e os resultados clínicos avaliando os impactos clínicos na função renal e no controle da pressão arterial, a longo prazo, dos doentes submetidos a angioplastia de artéria renal, no tratamento da estenose maior que 60% na doença de origem aterosclerótica. Casuística e métodos: Estudo retrospectivo, observacional, transversal, em centro único, com casuística selecionada e acompanhada por meio de protocolos clínicos de tratamento pré-estabelecidos para estenose crítica das artérias renais. Foram avaliados doentes com estenose das artérias renais, exclusivamente de etiologia aterosclerótica, com estenose ? 60%, podendo ter acometimento unilateral, bilateral ou rim único, submetidos a angioplastia percutânea das artérias renais no Hospital de Clínicas da Unicamp, no período de janeiro 2002 à dezembro 2014. Todos foram submetidos a avaliações e estratificações de risco perioperatórios. Foram avaliados idade, sexo, dados antropométricos, comorbidades associadas, características dos procedimentos, função renal (creatinina, clearance de creatinina), evolução para terapias renais substitutivas, controle pressórico (níveis de PAS e PAD, número de drogas anti-hipertensivas, complicações do procedimento e óbitos. Resultados: Foram avaliados 118 doentes, totalizando 166 procedimentos de angioplastia das artérias renais, com acometimento de 58,43% à esquerda e 41,57% à direita, com grau de estenose médio de 78,43?10.16% na patência primária e 62.71?9.89% na patência primária assistida, sendo 65% de estenoses unilaterais, 19% de estenoses bilaterais e 16% de rim único. Do total da amostra 56% do sexo masculino, 83,05% de acometimento em brancos, com média de idade de 64.91?8.18 anos para estenose unilateral, 65.45?6.31 para estenose bilateral e rim único 66.05?9.56 anos. Maior prevalência em doentes com sobrepeso, com média de 27.03 Kg/m2. Todos os casos apresentavam hipertensão arterial sistêmica, disfunção renal estágio 3 em 74,57% e estágio 2 em 25,43% dos casos. Dentre às comorbidades mais frequente observou-se dislipidemia em 66.95% e tabagismo 66.10% da amostra. Doença arterial obstrutiva periférica sintomática em 54,2% dos casos. As estratificações de risco perioperatórias demonstraram ASA 3 em 77,11%, Goldman 2 em 59,04% e Risco Pulmonar moderado em 50,60%. Maioria dos procedimentos foram realizados com anestesia local e sedação. Do total de procedimentos, foram realizadas 84,94% patências primárias, 14,46% de patências primárias assistidas e 0,60% de patências secundárias. Das 141 patências primárias realizadas, 138 foram com uso colocação de stent. O tempo médio de seguimento pós-operatório, foi de 61 meses. Identificou-se diminuição da PAS e PAD (pré-ATP PAS 161.9 mmHg, POT-ATP PAS 128.0 mmHg, pré-ATP PAD 86.8 mmHg, POT-ATP 79.7 mmHg) com p<0.01, maior controle clínico e diminuição do número de drogas anti-hipertensivas com p<0.01. Com relação a função renal houve estabilização ou melhora (Clear pré 50.36 ml/min, Clear tardio 53.74 ml/min; Creat pré 1.58 mg/dl, Creat tardio 1.48 mg/dl), com p<0.01. Conclusões: A angioplastia das artérias renais a longo prazo, aos 61 meses, demonstrou estabilização ou melhora da função renal, diminuição da PAS e PAD e diminuição do número de classes de drogas anti-hipertensivas permitindo maior controle clínico dos doentes

Abstract: Introduction: Renal artery stenosis, also known as renovascular disease, is multifactorial, determining varying degrees of stenosis, observed in one or both kidneys. Among its several etiologies, the most common is atherosclerosis. Considered the main secondary cause of systemic arterial...

Abstract: Introduction: Renal artery stenosis, also known as renovascular disease, is multifactorial, determining varying degrees of stenosis, observed in one or both kidneys. Among its several etiologies, the most common is atherosclerosis. Considered the main secondary cause of systemic arterial hypertension, its prevalence in population is estimated between 1 and 5%. It is closely associated with the inadequate blood pressure control, hypertensive related urgency and emergency situations. It is also related to other cardiovascular diseases, with higher rates of morbimortality. The evolution rate to renal failure with need for dialysis varies between 4 to 12%, representing 5 to 15% of adults who become dialytic every year. Among treatment procedures, percutaneous angioplasty (PTA) of renal arteries has been used for ? 60% stenosis. Objectives: Present the epidemiological profile and long-term clinical outcomes in renal function and arterial blood pressure control of patients undergoing renal artery angioplasty, for treatment of ?60% stenosis resultant from atherosclerotic disease. Cases and methods: A single center retrospective, observational, transversal study, with selected cases assessed by means of pre-established clinical treatment protocols for critical stenosis of renal arteries. Selected patients were those with ? 60% renal artery stenosis of atherosclerotic etiology, with unilateral, bilateral or single kidney impairment, who underwent percutaneous angioplasty at Hospital de Clínicas of Unicamp, from January 2002 to December 2014. Evaluation criteria included age, gender, anthropometric data, associated comorbidities, characteristics of the procedures performed, renal function (serum creatinine, creatinine clearance), evolution to substitute renal therapies, blood pressure measurement (SBP and DBP values), amount of anti-hypertensive medication, procedure complications and deaths. Results: 118 patients were assessed, totalizing 166 procedures of renal artery angioplasty; 58.43% performed in left renal artery and 41.57% in right renal artery. At primary patency, mean stenosis rate were 78.43?10.16% and assisted primary patency, mean stenosis rate was 62.71 ? 9.89%. Renal artery disease were unilateral 65%, bilateral 19% and single kidney, 16%. From the total sample, 56% of the patients were male and 83.05 % Caucasian, mean age were 64.91?8.18 for patients with unilateral stenosis, 65.45 ? 6.31 for bilateral stenosis and 66.05? 9.56 for single kidney stenosis. Higher RAS prevalence was observed in overweight patients, with mean weight of 27.03 Kg/m2. All cases presented systemic arterial hypertension, renal dysfunction stage 3 in 74.57% and stage 2 in 25.43% of the cases. Dyslipidemia and smoking were the most common comorbidities, representing 66.95% and 66.10% of the sample, respectively. Symptomatic peripheral arterial occlusive disease was identified in 54.2% of the patients. Stratification of perioperative risks revealed ASA III in 77.11%, Goldman 2 in 59.04% and moderate pulmonary risk in 50.60%. Most procedures were performed with local anesthesia and sedation. From the total number of procedures, 84.94% were of primary patency, 14.46% of assisted primary patency and 0.60% of secondary patency. Out of the 141 primary patency procedures performed, 138 were with stent implantation. The mean follow-up post-operative time was 61 months, during which a decrease in SBP and DBP values (before-PTA SBP 161.9 mmHg, long-term PO-PTA SBP 128.0 mmHg, before-PTA DBP 86.8 mmHg, long-term PTA DBP 79.7 mmHg) was observed, with p<0.01. Improved clinical control and decrease in the amount of anti-hypertensive medication with p<0.01 were also observed. Regarding the renal function, stabilization or improvement in the patients’ conditions were observed (Clearance before-PTA: 50.36 ml/min, Clearance long term-PTA: 53.74 ml/min; Creatinine before-PTA: 1.58 mg/dL, Creatinine long term-PTA: 1.48 mg/dL), with p<0.01. Conclusions: Long-term follow-up of 61 months after renal artery angioplasty revealed better clinical control with stabilization or improvement in patients’ renal function, decrease of SBP and DBP levels and decrease in the amount of anti-hypertensive medication, improving their clinical conditions

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