Orientador: Marcos Severino Nobre

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo comparar duas concepções de esfera pública na obra de Habermas, expressas em Mudança estrutural da esfera pública, de 1962, e na Teoria da ação comunicativa, de 1981. Como será demonstrado, o primeiro diagnóstico formulado por Habermas se encerra com a análise...

Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo comparar duas concepções de esfera pública na obra de Habermas, expressas em Mudança estrutural da esfera pública, de 1962, e na Teoria da ação comunicativa, de 1981. Como será demonstrado, o primeiro diagnóstico formulado por Habermas se encerra com a análise da derrocada do fenômeno da esfera pública burguesa no contexto do Estado de bem-estar social no século XX, em decorrência da influência do intervencionismo estatal e da cultura de massas no debate público. Essa concepção é criticada amplamente após sua publicação, por questionamentos que se voltam para a aplicabilidade do conceito de esfera pública no capitalismo tardio. Como mostra esta dissertação, na obra de 1981 Habermas elabora um novo quadro teórico, ancorando a esfera pública na própria prática comunicativa cotidiana e reposicionando-a em sua concepção da sociedade em dois níveis: sistema e mundo da vida, movimento que o autor ressalta no prefácio à nova edição de Mudança estrutural lançada em 1990. A hipótese de leitura desta pesquisa é a de que, para além desses novos pressupostos teóricos, a esfera pública é repensada por Habermas em função de seu diagnóstico do capitalismo, em que o sistema se volta para o mundo da vida em um movimento de colonização, de modo que esse conceito reaparece enquanto locus em que esse embate se dá, tendo a função de, como expresso no prefácio de 1990, "sitiar" os imperativos colonizadores e defender a autonomia do mundo da vida

Abstract: This research aims at comparing two conceptions of the public sphere in Habermas’s work, presented both in The Structural Transformation of the Public Sphere, from 1962, and in The Theory of Communicative Action, from 1981. As it will be shown, the first diagnosis from Habermas culminates...

Abstract: This research aims at comparing two conceptions of the public sphere in Habermas’s work, presented both in The Structural Transformation of the Public Sphere, from 1962, and in The Theory of Communicative Action, from 1981. As it will be shown, the first diagnosis from Habermas culminates at the analysis of the bourgeois public sphere’s decay in the context of the Welfare State in the 20th century, because of the influence of both state interventionism, and mass culture in the public debate. This conception is widely criticized after its publication, by questions about the applicability of the concept of public sphere in late capitalism. As this dissertation shows, in his work of 1981, Habermas elaborates a new theoretical framework, anchoring the public sphere on the daily communicative practice, and repositioning it in his conception of society in two levels: system and lifeworld, a movement that the author himself highlights in his preface to the new edition of The Structural Transformation of the Public Sphere in 1990. The hypothesis of this research is that, beyond those new theoretical presuppositions, the public sphere is rethought by Habermas because of his diagnosis of Capitalism in which the system turns itself towards the lifeworld in a colonization movement, such that this concept reappears as the locus in which this fight occurs, presenting itself "in a siegelike manner", as expressed in the 1990’s preface, containing the colonizing imperatives, and defending the lifeworld’s autonomy

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