Marcadores séricos no diagnóstico de infecções pulmonares em pacientes infectados pelo HIV/aids [recurso eletrônico]
TESE
Português
T/UNICAMP P268m
[Serum markers in the diagnosis of pulmonary infections in AIDS patients]
Campinas, SP : [s.n.], 2018.
1 recurso online (126 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Maria Luiza Moretti
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: A etiologia e a frequência das infecções pulmonares fúngicas no paciente infectado pelo HIV variam de acordo com a região geográfica e a disponibilidade de terapia antirretroviral (TARV). O diagnóstico apropriado do agente etiológico leva a uma terapêutica adequada e melhor entendimento da...
Resumo: A etiologia e a frequência das infecções pulmonares fúngicas no paciente infectado pelo HIV variam de acordo com a região geográfica e a disponibilidade de terapia antirretroviral (TARV). O diagnóstico apropriado do agente etiológico leva a uma terapêutica adequada e melhor entendimento da epidemiologia das afecções pulmonares responsáveis por hospitalizações nesse grupo de pacientes. Objetivo: Avaliar a ocorrência e a prevalência de infecções pulmonares fúngicas em pacientes adultos infectados pelo HIV, hospitalizados com quadros respiratórios agudos no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Metodologia: Foi realizado estudo prospectivo, de coorte transversal, entre 2012 e 2016, incluindo pacientes adultos, infectados pelo HIV, hospitalizados em decorrência de infecção pulmonar. O diagnóstico de pneumonia por Pneumocystis jirovecii (pneumocistose) foi definido pelos critérios clínicos da Organização Mundial da Saúde. O diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) e infecção do trato respiratório inferior (ITRI) foi baseado em critérios clínicos e radiológicos. Dados clínicos e epidemiológicos dos pacientes foram coletados nos prontuários médicos. Foram coletadas amostras de sangue para análise de: (1,3)-ß-D-Glucana (BG), galactomanana (GM) e lactato desidrogenase (LDH), além de amostras respiratórias para teste de DNA de P. jirovecii por meio de loop-mediated isothermal amplification (LAMP). A associação entre as variáveis foi estudada por análise de regressão logística univariada e multivariada. Valores de p<0,05 foram considerados significativos. Resultados: Foram incluídos 60 pacientes (59% homens) com idade média de 43 anos. A maioria dos pacientes (n=32, 54%) apresentou valores de Linfócitos T CD4+ abaixo de 100 células/mm3 e a carga viral do HIV foi indetectável em 13 casos (22%). Os pacientes foram classificados em três grupos, de acordo com o diagnóstico: pneumocistose (19 pacientes), PAC (18 pacientes) e outras infecções (23 pacientes: cinco com tuberculose, nove com ITRI, dois com histoplasmose, um com nocardiose, um com criptococose, um com estrongiloidíase disseminada, um com tromboembolismo pulmonar e três pacientes sem diagnóstico conclusivo). Nove pacientes, sendo quatro no grupo pneumocistose, foram a óbito. Maiores valores de BG foram encontrados no grupo pneumocistose (média de 240 pg/mL vs. 36 pg/mL no grupo PAC vs. 67 no grupo outros) (p<0,0001). A média de LDH foi significativamente maior no grupo pneumocistose (média de 762 U/L vs. 379 U/L no grupo PAC vs. 442 U/L no grupo outros) (p=0,003). Maiores valores de BG e LDH foram as únicas variáveis independentemente associados ao diagnóstico de pneumocistose. A pneumocistose foi a doença definidora de aids em 11 dos 16 pacientes diagnosticados pelo HIV na ocasião da internação hospitalar. LAMP foi útil na identificação de DNA de P. jirovecii apenas em cinco (1 amostra de lavado broncoalveolar e 4 amostras de escarro) de 12 pacientes testados com diagnóstico de pneumocistose. Conclusão: Na era da terapia antirretroviral, a pneumocistose ainda é a infecção pulmonar mais prevalente e que causa a maior mortalidade, apesar da existência de um Programa Nacional de HIV/aids, com livre acesso à TARV. BG e LDH foram marcadores úteis no diagnóstico da pneumocistose no grupo de pacientes estudados. Há a necessidade de aprimorar as técnicas de diagnóstico precoce das infecções relacionadas ao HIV, reduzindo assim o número de pacientes vivendo com aids e doenças oportunistas
Abstract: The etiology and the frequency of fungal pulmonary infections in HIV-infected patients varies by geographical region and according to the availability of antiretroviral therapy (ART). The proper diagnosis of the etiological agent leads to an adequate therapy and a better understanding of...
Abstract: The etiology and the frequency of fungal pulmonary infections in HIV-infected patients varies by geographical region and according to the availability of antiretroviral therapy (ART). The proper diagnosis of the etiological agent leads to an adequate therapy and a better understanding of the epidemiology of the pulmonary affections responsible for hospitalizations in this group of patients. Objective: To evaluate the occurrence and prevalence of fungal pulmonary infections in HIV-infected adult patients, hospitalized with acute respiratory diseases at the Clinics Hospital of the University of Campinas. Methods: A prospective, cross-sectional cohort study was conducted between 2012 and 2016, including adult patients, HIV-infected, hospitalized with pulmonary infection. The diagnosis of Pneumocystis jirovecii pneumonia (pneumocystosis) was defined by World Health Organization clinical criteria. The diagnosis of community acquired pneumonia (CAP) and lower respiratory tract infection (LRTI) was based on clinical and radiological criteria. Clinical and epidemiological data were collected from medical records. Blood samples were collected for analysis of: (1,3)-ß-D-Glucan (BG), galactomannan (GM) and lactate dehydrogenase (LDH), and respiratory samples were collected for P. jirovecii DNA test by loop-mediated isothermal amplification (LAMP). The association between the variables was studied by univariate and multivariate logistic regression analysis. P values <0.05 were considered significant. Results: Sixty-six patients (59% men) with a mean age of 43 years were included. Most patients (n = 32, 54%) had CD4 cell count below 100 cells/mm3. HIV viral load was undetectable in 13 cases (22%). The patients were classified into three groups according to the diagnosis: pneumocystosis (19 patients), CAP (18 patients) and other infections (23 patients: five with tuberculosis, nine with LRTI, two with histoplasmosis, one with nocardiosis, one with cryptococcosis, one with disseminated strongyloidiasis, one with pulmonary thromboembolism and three patients without a conclusive diagnosis). Nine patients died during hospitalization, four of them were in the pneumocystosis group. Higher values of BG were found in the pneumocystosis group (mean of 240 pg/mL vs. 36 pg/mL in the CAP group vs. 67 in the other infections group) (p<0,0001). Mean LDH was significantly higher in the pneumocystosis group (mean 762 U/L vs. 379 U/L in the CAP group vs. 442 U/L in the other infections group) (p = 0.003). Higher values of BG and LDH were the only independent variables associated with the diagnosis of pneumocystosis. Pneumocystosis was the AIDS-defining illness in 11 of the 16 patients diagnosed with HIV at the time of hospital admission. LAMP was useful in identifying P. jirovecii DNA in only five (1 bronchoalveolar lavage sample and 4 sputum samples) from 12 patients tested with pneumocystosis. Conclusion: In the era of antiretroviral therapy, pneumocystosis is still the most prevalent pulmonary infection and causes the greatest mortality, despite the existence of a National HIV/AIDS Program with free access to ART. BG and LDH were suitable serum markers in the diagnosis of pneumocystosis in the group of patients studied. There is a need for better strategies to achieve the precocious diagnosis of the HIV infection and the reduction of opportunistic infections in AIDS patients
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF