Catecolaminas endoteliais como moduladores da reatividade vascular em aorta de "Chelonoidis carbonaria"
Felipe Fernandes Jacintho
TESE
Português
T/UNICAMP J119c
[Endothelial catecholamines as modulators of vascular reactivity in "Chelonoidis carbonaria" aorta]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (58 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Gilberto De Nucci
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: O endotélio é um órgão capaz de regular o tônus vascular através da liberação de agentes relaxantes tais como óxido nítrico e prostaciclina, ou contráteis, como endotelinas e angiotensina. O conceito fisiológico atual propõe que tal regulação também pode ocorrer através da liberação de...
Ver mais
Resumo: O endotélio é um órgão capaz de regular o tônus vascular através da liberação de agentes relaxantes tais como óxido nítrico e prostaciclina, ou contráteis, como endotelinas e angiotensina. O conceito fisiológico atual propõe que tal regulação também pode ocorrer através da liberação de catecolaminas de origem exclusivamente neural, mas os tecidos isolados de répteis com endotélio constituem uma fonte de catecolaminas, visto que a contração da aorta induzida por estimulação por campo elétrico é abolida por antagonistas adrenérgicos e pela remoção do endotélio. Imunohistoquímica identificou a presença da enzima tirosina hidroxilase no endotélio de tecido humano, serpentes e em Chelonoidis carbonaria. Este estudo teve por objetivo identificar o(s) mediador(es) responsável(eis) pelas contrações induzidas por estímulo de campo elétrico (EFS) dos anéis aórticos de Chelonoidis carbonária e compreender a sua função fisiológica. Os anéis aórticos foram montados em banho de órgãos isolados com solução de Krebs-Henseleit oxigenada e aquecida. As contrações foram avaliadas na presença e ausência de L-NAME, tetrodotoxina, fentolamina, fenoxibenzamina, prazosina, idazoxan, atropina, D-tubocurarina ou indometacina. A contração induzida por EFS também foi realizada em anéis sem endotélio. A contração induzida por EFS foi investigada pelo ensaio sanduíche. A EFS em 16 Hz contraiu a aorta de Chelonoidis, que foi quase abolida pela remoção do endotélio. A adição de L-NAME aumentou a resposta do EFS. Nos anéis aórticos tratados com L-NAME, a tetrodotoxina não alterou a resposta EFS. A indometacina, prazosina, idazoxan atropina e d-tubucurarina também não afetaram a resposta do EFS. A fentolamina a 10 ?M não alterou a contração induzida por EFS, porém, a 100 µM reduziu. A fenoxibenzamina a 1 µM reduziu em 76% e a 10 µM em 90% a resposta EFS. A imunohistoquímica identificou tirosina hidroxilase no endotélio e no cérebro, enquanto a 58proteína S100 foi encontrada apenas no cérebro. As concentrações de dopamina, noradrenalina e adrenalina foram analisadas por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas tandem. As contrações causadas pela dopamina e EFS foram feitas na ausência e presença do inibidor da síntese de óxido nítrico (NO) L-NAME, do inibidor da guanilil ciclase sensível ao NO ODQ, do antagonista do receptor tipo D1 SCH-23390, do receptor tipo D2 antagonistas risperidona, quetiapina, haloperidol e os inibidores da tirosina hidroxilase salsolinol e 3-iodo-L-tirosina. Concentrações basais de dopamina, noradrenalina e adrenalina foram detectadas na solução de Krebs contendo os anéis aórticos. As concentrações de catecolaminas foram significativamente reduzidas em anéis aórticos sem endotélio. L-NAME e ODQ potencializaram significativamente as contrações induzidas pela dopamina. Os antagonistas do receptor do tipo D2 inibiram as contrações induzidas por EFS dos anéis aórticos tratados com L-NAME, enquanto o SCH 23390 não teve efeito. Resultados semelhantes foram observados nas contrações induzidas pela dopamina em anéis aórticos tratados com L-NAME. Estes resultados indicam que as catecolaminas, liberadas pelo endotélio regulam as contrações induzidas por EFS. Isto pode constituir um mecanismo adequado pelo qual os répteis modulam a distribuição do fluxo sanguíneo em órgãos específicos
Ver menos
Abstract: The endothelium is an organ capable of regulating vascular tone through the release of relaxing agents such as nitric oxide and prostacyclin, or contractile agents, such as endothelins and angiotensin. The current physiological concept proposes that such regulation can also occur through...
Ver mais
Abstract: The endothelium is an organ capable of regulating vascular tone through the release of relaxing agents such as nitric oxide and prostacyclin, or contractile agents, such as endothelins and angiotensin. The current physiological concept proposes that such regulation can also occur through the release of catecholamines of exclusively neural origin, but isolated tissues of reptiles with endothelium constitute a source of catecholamines, since aortic contraction induced by electric field stimulation is abolished by adrenergic antagonists and by removing the endothelium. Immunohistochemistry identified the presence of the enzyme tyrosine hydroxylase in the endothelium of human tissue, snakes and Chelonoidis carbonaria. This study aimed to identify the mediator(s) responsible for the contractions induced by electric field stimulation (EFS) of the aortic rings of Chelonoidis carbonaria and understand their physiological function. The aortic rings were mounted in an isolated organ bath with oxygenated and heated Krebs-Henseleit solution. Contractions were assessed in the presence and absence of L-NAME, tetrodotoxin, phentolamine, phenoxybenzamine, Prazosin, idazoxan, atropine, D-tubocurarine, or indomethacin. EFS-induced contraction was also performed in rings lacking endothelium. EFS-induced contraction was investigated by sandwich assay. EFS at 16 Hz contracted Chelonoidis's aorta, which was nearly abolished by removal of the endothelium. The addition of L-NAME increased the EFS response. In aortic rings treated with L-NAME, tetrodotoxin did not alter the EFS response. Indomethacin, Prazosin, idazoxan atropine and d-tubucurarine also did not affect the EFS response. Phentolamine at 10 ?M did not alter the contraction induced by EFS, however, at 100 µM it reduced it. Phenoxybenzamine at 1 µM reduced the EFS response by 76% and at 10 µM by 90%. Immunohistochemistry identified tyrosine hydroxylase in the endothelium and brain, while the S100 protein was found only in the brain. The concentrations of dopamine, norepinephrine and adrenaline were analyzed by liquid chromatography coupled to tandem mass spectrometry. The contractions caused by dopamine and EFS were performed in the absence and presence of the nitric oxide (NO) synthesis inhibitor L-NAME, the NO-sensitive guanylyl cyclase inhibitor ODQ, the D1-type receptor antagonist SCH-23390, the D1-type receptor antagonist D2 antagonists risperidone, quetiapine, haloperidol and the tyrosine hydroxylase inhibitors salsolinol and 3-iodo-L-tyrosine. Basal concentrations of dopamine, norepinephrine and adrenaline were detected in Krebs solution containing the aortic rings. Catecholamine concentrations were significantly reduced in aortic rings without endothelium. L-NAME and ODQ significantly potentiated dopamine-induced contractions. D2-like receptor antagonists inhibited EFS-induced contractions of L-NAME-treated aortic rings, whereas SCH 23390 had no effect. Similar results were observed in dopamine-induced contractions in aortic rings treated with L-NAME. These results indicate that catecholamines released by the endothelium regulate EFS-induced contractions. This may constitute a suitable mechanism by which reptiles modulate the distribution of blood flow in specific organs
Ver menos
Aberto
De Nucci, Gilberto, 1958-
Orientador
Melo, Gláucia Coelho de
Avaliador
Zeferino, Juliana Signori Baracat
Avaliador
Antunes, Natalícia de Jesus
Avaliador
Mendes, Gustavo Duarte
Avaliador
Catecolaminas endoteliais como moduladores da reatividade vascular em aorta de "Chelonoidis carbonaria"
Felipe Fernandes Jacintho
Catecolaminas endoteliais como moduladores da reatividade vascular em aorta de "Chelonoidis carbonaria"
Felipe Fernandes Jacintho