Orientador: Mônica Martins de Oliveira Viana

Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas

Resumo: A Atenção Básica à Saúde (ABS) é o conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção de doenças e agravos, diagnóstico, tratamento e reabilitação e a porta de entrada às Redes de Atenção à Saúde, sendo a Estratégia Saúde da Família a estratégia prioritária para a sua consolidação. Todavia...

Resumo: A Atenção Básica à Saúde (ABS) é o conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção de doenças e agravos, diagnóstico, tratamento e reabilitação e a porta de entrada às Redes de Atenção à Saúde, sendo a Estratégia Saúde da Família a estratégia prioritária para a sua consolidação. Todavia estas ações e serviços de saúde têm sido menos acessíveis pelas populações mais carentes, como é o caso da população do campo. Ainda que a saúde seja um direito constitucional, fatores financeiros, geográficos, organizacionais e acesso o à informação são fatores determinantes do acesso às ações e aos serviços de saúde, barreiras que exprimem as desigualdades sociais e a inequidade. Objetivo geral: Analisar as condições de acesso da população rural às ações da Estratégia Saúde da Família Rural situada em seu território no município de Poços de Caldas. Objetivos específicos: Analisar a percepção do acesso da população rural às ações da Estratégia Saúde da Família Rural situada em seu território; identificar fatores que facilitam ou dificultam o acesso da população às ações da Estratégia Saúde da Família Rural situada em seu território; analisar a percepção da população rural em relação à assistência prestada pela Estratégia Saúde da Família Rural em seu território durante a pandemia do novo coronavírus; elaborar, como produto técnico, um roteiro para uma roda de conversa com a equipe da Estratégia Saúde da Família Rural e representantes da comunidade rural trazendo uma discussão sobre acesso e direitos em saúde. Metodologia: Estudo de abordagem quantiqualitativa, aplicados questionários estruturados à população rural e realizado observação participante. Resultados: A maioria dos entrevistados tinha ensino fundamental incompleto e relatou conseguir atendimento com médico ou enfermeiro quando necessário, no entanto, um pouco menos da metade conseguia atendimento de urgência na ESF Rural e embora a maioria tivesse a ESF Rural como primeiro local de escolha na busca por atendimento, quase 40% procuravam primeiramente a UPA. A maioria encontrava as medicações necessárias somente às vezes e quase metade dos usuários achava a distância até a ESF Rural perto ou muito perto e a outra metade encontrava algum grau de dificuldade, sendo que dos que achavam longe ou muito longe, a maioria ia a pé. Quanto à assistência prestada durante a pandemia de COVID-19, a maioria acreditava estar recebendo da ESF Rural a assistência necessária. Foram encontrados fatores sócio-organizacionais e geográficos que dificultavam o acesso como: indisponibilidade de insumos frente a demanda, horário de atendimento reduzido, baixa oferta de profissionais de saúde frente a demanda, falta de recursos financeiros do usuário e acesso às informações. Dentre os fatores que facilitavam o acesso estavam: o apoio da comunidade, a realização de visitas domiciliares e disponibilidade de veículo, proximidade entre domicílios e estabelecimentos de saúde e posse de meio de transporte. Conclusão: A população rural convive com o descompasso de acesso entre o que se espera de uma ESF abrangente e o que tem sido ofertado. Embora haja esforço da equipe para efetivar o cuidado, há uma precarização do cuidado ofertado na ESF que se reflete na escassez de condições de trabalho e culmina na não efetivação dos preceitos da integralidade, da longitudinalidade e do papel da atenção básica como ordenadora do cuidado e coordenadora da rede. E, dentro do escopo da zona Rural, o não cumprimento de tais preceitos deságua na impossibilidade da Atenção Básica operar como dispositivo de efetivação do princípio da equidade e a ESF acaba por reproduzir desigualdades

Abstract: Primary Health Care (PHC) is the set of actions for health promotion, prevention of diseases and injuries, diagnosis, treatment and rehabilitation and the gateway to Health Care Networks, with the Family Health Strategy (FHS) being the priority strategy for its consolidation. However,...

Abstract: Primary Health Care (PHC) is the set of actions for health promotion, prevention of diseases and injuries, diagnosis, treatment and rehabilitation and the gateway to Health Care Networks, with the Family Health Strategy (FHS) being the priority strategy for its consolidation. However, these actions and health services have been less accessible by the poorest populations, such as the rural population. Although health is a constitutional right, financial, geographic, organizational factors and access to information are determining factors in access to health actions and services, barriers that express social inequalities and inequity. General objective: To analyze the conditions of access of the rural population to the actions of the Rural Family Health Strategy located in its territory in Poços de Caldas city. Specific objectives: To analyze the perception of the rural population's access to the actions of the Rural Family Health Strategy (Rural FHS) located in their territory; to identify factors that facilitate or hinder the population's access to the actions of the Rural Family Health Strategy located in its territory; to analyze the perception of the rural population in relation to the assistance provided by the Rural Family Health Strategy in their territory during the pandemic of the new coronavirus; to elaborate, as a technical product, a script for a conversation circle with the Rural Family Health Strategy team and representatives of the rural community, bringing a discussion about access and rights in health. Methodology: Study with a quantitative and qualitative approach, structured questionnaires were applied to the rural population and participant observation was carried out. Results: Most respondents had incomplete elementary education and reported getting care from a doctor or nurse when necessary, however, a little less than half were able to get emergency care at the Rural ESF and although most had the Rural ESF as the first place of choice in the search for service, almost 40% first sought the UPA. Most found the necessary medications only sometimes and almost half of the users found the distance to the Rural ESF close or very close and the other half found some degree of difficulty, and of those who found it far or very far, most went on foot. . As for the assistance provided during the COVID-19 pandemic, most believed that they were receiving the necessary assistance from the ESF Rural. Socio-organizational and geographic factors were found that made access difficult, such as: unavailability of supplies in response to demand, reduced service hours, low supply of health professionals in response to demand, lack of financial resources for the user and access to information. Among the factors that facilitated access were: community support, carrying out home visits and vehicle availability, proximity between households and health facilities and having a means of transport. Conclusion: The rural population lives with the mismatch of access between what is expected of a comprehensive FHS and what has been offered. Although there is an effort by the team to provide care, there is a precariousness of the care offered in the FHS that is reflected in the scarcity of working conditions and culminates in the non-effectiveness of the precepts of integrality, longitudinality and the role of primary care as an organizer of care and network coordinator. And, within the scope of the rural area, non-compliance with such precepts leads to the impossibility of Primary Care to operate as a device for the realization of the principle of equity and the FHS ends up reproducing inequalities

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