Orientador: Antonio Carlos de Moraes

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física

Resumo: A Orientação é um esporte em que os atletas devem percorrer no menor tempo possível, uma distância descrita no mapa com os locais de partida e chegada, utilizando uma bússola. A rota geralmente passa por terrenos montanhosos, arborizados e muitas vezes desabitados. Assim esse esporte combina...

Resumo: A Orientação é um esporte em que os atletas devem percorrer no menor tempo possível, uma distância descrita no mapa com os locais de partida e chegada, utilizando uma bússola. A rota geralmente passa por terrenos montanhosos, arborizados e muitas vezes desabitados. Assim esse esporte combina exercício físico com esforço mental, e requer a manutenção do equilíbrio e agilidade para superar obstáculos de forma eficaz. Devido a essas características, a modalidade pode apresentar alta demanda física refletindo em alterações fisiológicas que podem ser identificadas por meio de marcadores bioquímicos e hematológicos. No entanto, estudos relacionando esses marcadores durante uma competição do esporte de Orientação são inexistentes. Desta forma, o objetivo deste estudo foi caracterizar as adaptações fisiológicas em atletas antes e imediatamente após uma competição do esporte de Orientação por meio de parâmetros bioquímicas e hematológicas. O método de coleta foi baseado no modelo Esportômico, sendo a coleta de sangue realizada no ambiente real do atleta durante uma competição oficial. Participaram deste estudo 28 voluntários atletas das categorias A, B, N e elite, sendo 21 do sexo masculino, com idade média de 32 ± 2,6 anos de idade, e 07 do sexo feminino com média de idade de 37 ± 5,1 anos, peso corporal médio de 69±10 kg e tempo médio de prática da modalidade de 5±4 anos. A coleta foi realizada nos atletas antes e depois de uma etapa do Campeonato Goiano de Orientação que consistia em uma corrida que variava de 3km a 9,2km dependendo da categoria, e o tempo médio do percurso foi de 1h ± 53 min. Cerca de 05 minutos antes da largada de cada atleta foi medida a frequência cardíaca, o peso, a temperatura corporal e coletado as amostras de sangue para análises do hemograma completo, glicose, colesterol total, triglicerídeos, ALT, AST e dosagem de creatinina e ureia e aplicado a escala de Borg. A medida em que os atletas iam cruzando a linha de chegada foram repetidos os procedimentos. Os resultados evidenciaram um aumento de ±1°C na temperatura corporal pós competição nos atletas (37,4°C±0,6) quando comparada antes da corrida (36,2°C±0,4) e um aumento significativo na frequência cardíaca após a competição, que inicialmente era de 82±10,1 Bpm e após a prova aumentaram para 150±20,2 Bpm. Foram observados ainda um aumento no número de leucócitos (8,4±2,1), neutrófilos (3,0±1,5), monócitos (1,6±0,6), linfócitos (3,9±1,7), eosinófilos (19,7±7,1), hematócrito (41,5±4,2) e plaquetas (251,5±70,3) e uma diminuição nos níveis de triglicerídeos que antes da prova era de 195,8 ±45 e depois da competição caiu para 87,2±25. Além disso, os dados da Percepção Subjetiva de Esforço mostraram que a intensidade exigida no esporte foi classificada de moderada a intensa pelos atletas. Não foram encontradas diferenças estatísticas nas concentrações de colesterol total, glicose, AST, ALT, creatinina, ureia e peso corporal nos atletas. Conclui-se que a intensidade do exercício encontrada no estudo para a modalidade se classifica entre moderada a intensa, estando relacionada com a modulação dos parâmetros avaliados. Espera-se que os resultados deste estudo deem suporte e estimule novas pesquisas nesta área a fim de traçar um perfil dos atletas de Orientação caracterizando a modalidade e auxiliando na elaboração de parâmetros de treinamento que limitem o overtraining e torne a prática segura e saudável

Abstract: Orienteering is a sport in which athletes must cover in the shortest time possible, a distance described on the map with the places of departure and arrival, using a compass. The route often passes through mountainous, wooded and often uninhabited terrain. So this sport combines physical...

Abstract: Orienteering is a sport in which athletes must cover in the shortest time possible, a distance described on the map with the places of departure and arrival, using a compass. The route often passes through mountainous, wooded and often uninhabited terrain. So this sport combines physical exercise with mental effort, and requires the maintenance of balance and agility to overcome obstacles effectively. Due to these characteristics, the modality can present high physical demand reflecting in physiological changes that can be identified through biochemical and hematological markers. However, studies relating these markers during an orienteering sport competition are lacking. Thus, the objective of this study was to characterize the physiological adaptations in athletes before and immediately after an orienteering sport competition through biochemical and hematological parameters. The collection method was based on the Sportomic model, being the blood collection performed in the real environment of the athlete during an official competition. Participated in this study 28 volunteer athletes from categories A, B, N and elite, being 21 males, with a mean age of 32 ± 2,6 years old, and 07 females, with a mean age of 37 ± 5.1 years, mean body weight of 69±10 kg and mean time of practice of the modality of 5±4 years. Data collection was performed on athletes before and after a stage of the Goiás Orienteering Championship, which consisted of a race that varied from 3km to 9.2km depending on the category, and the average time of the course was 1h ± 53 min. About 5 minutes before the start of each athlete, heart rate, weight, body temperature were measured and blood samples were collected for analysis of complete blood count, glucose, total cholesterol, triglycerides, ALT, AST and creatinine and urea levels. and applied to the Borg scale. As the athletes crossed the finish line, the procedures were repeated. The results showed an increase of ±1°C in post-competition body temperature in the athletes (37.4°C±0.6) when compared before the race (36.2°C±0.4) and a significant increase in the frequency heart rate after competition, which initially was 82±10.1 Bpm and after the race increased to 150±20.2 Bpm. An increase in the number of leukocytes (8.4±2.1), neutrophils (3.0±1.5), monocytes (1.6±0.6), lymphocytes (3.9±1.7), eosinophils (19.7±7.1), hematocrit (41.5±4.2) and platelets (251.5±70.3) and a decrease in triglyceride levels that before the test was 195.8 ±45 and after the competition it dropped to 87.2±25. In addition, the Subjective Perception of Effort data showed that the intensity required in the sport was classified from moderate to intense by the athletes. No statistical differences were found in the concentrations of total cholesterol, glucose, AST, ALT, creatinine, urea and body weight in the athletes. It is concluded that the exercise intensity found in the study for the modality is classified between moderate to intense, being related to the modulation of the evaluated parameters. It is hoped that the results of this study will support and stimulate further research in this area in order to draw a profile of Orienteering athletes characterizing the modality and helping to develop training parameters that limit overtraining and make the practice safe and healthy