Avaliação da correção do pH e da aplicação de nutrientes no desenvolvimento da oliveira em dois solos ácidos de xisto e granito

Abstract

O presente trabalho aborda a cultura da oliveira (Olea europaea L.) e seu cultivo em solos ácidos, com foco na cultivar Cobrançosa, predominantemente cultivada no norte de Portugal. A pesquisa explora a correção do pH do solo e a aplicação de nutrientes no desenvolvimento da oliva em dois tipos de solos, xisto e granito, ambos de pH muito baixo. A tese aborda também a importância econômica da oliva, sua descoberta e expansão, adaptação ecológica, exigências nutricionais e o ambiente químico do solo. A oliva é uma árvore cultivada há cerca de seis mil anos e teve sua expansão iniciada pelos gregos na Península Ibérica. Ela se adaptou principalmente a solos neutros e alcalinos, sendo estas características químicas favoráveis ao seu desenvolvimento. Solos ácidos tendem a ser considerados desfavoráveis para o cultivo de olivas, devido à indisponibilidade de nutrientes essenciais e à presença de alumínio tóxico. Neste estudo, foi avaliada a resposta da planta à correção do pH do solo e à aplicação de alguns nutrientes, de acordo com os tratamentos: Testemunha não fertilizada (CN), aplicação de fósforo (+P), aplicação de boro (+B), aplicação de molibdênio (+Mo), testemunha fertilizada (CP) e aplicação de cálcio e magnésio (CaMg), organizados em um delineamento experimental completamente casualizado com quatro repetições. Os resultados mostraram que a aplicação de fósforo teve pouca influência na concentração de nutrientes nas plantas, provavelmente devido à imobilização do fósforo pelo alumínio. Por outro lado, a adubação com boro resultou em aumento significativo na concentração desse nutriente, que é considerado escasso nos solos portugueses. Além disso, a aplicação de cálcio e magnésio promoveu melhorias no solo, aumentando o pH e a capacidade de troca catiônica. Isso contribuiu para neutralizar elementos tóxicos, como o manganês e o alumínio, e melhorar a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

The present work approaches the culture of the olive tree (Olea europaea L.) and its cultivation in acidic soils, focusing on the Cobrançosa cultivar, predominantly grown in northern Portugal. The research explores the correction of soil pH and the application of nutrients in olive tree development in two types of soil, schist and granite, both of which have very low pH. This thesis also addresses the economic importance of the olive tree, its discovery and expansion, ecological adaptation, nutritional requirements and the chemical environment of the soil. The olive tree has been cultivated for about six thousand years and had its expansion initiated by the Greeks in the Iberian Peninsula. It has adapted mainly to neutral and alkaline soils, these chemical characteristics being favorable to its development. Acidic soils tend to be considered unfavorable for growing olive trees, due to the unavailability of essential nutrients and the presence of toxic aluminum. In this study, the response of the plant to soil pH correction and to the application of some nutrients was evaluated, according to the treatments: unfertilized sample (CN), application of phosphorus (+P), application of boron (+B), application of molybdenum (+Mo), fertilized sample (CP) and application of calcium and magnesium (CaMg), organized in a completely randomized experimental design with four replications. The results showed that the application of phosphorus had little influence on the concentration of nutrients in the plants, probably due to the immobilization of phosphorus by aluminum. On the other hand, boron fertilization resulted in a significant increase in the concentration of this nutrient, which is considered scarce in Portuguese soils. In addition, the application of calcium and magnesium promoted improvements in the soil, increasing the pH and the cation exchange capacity. This contributed to neutralizing toxic elements such as manganese and aluminum and improving nutrient availability for plants.