Mandinga Dondeb: visualidade e oralidades de um grupo de Mandingas de São Vicente, experimentaçao etnográfica

Abstract

Mandinga Dondeb: visualidades e oralidades de um grupo de Mandingas de São Vicente, uma experimentação etnográfica é a memória de um projeto que foi desenvolvido em torno dos Mandingas de São Vicente, em Cabo Verde. Do cruzamento de práticas etnográficas e abordagens artísticas conectei-me com a complexidade envolvida nesta prática carnavalesca. Considerando que os Mandingas surgiram num contexto colonial, são questionadas as representações dualistas e lineares que se perpetuam até aos dias de hoje. Focando-me nos Mandingas de Ribeira Bote, recolhi discursos orais oriundos de várias gerações e contextos sociais, que constroem a trama de memórias e imaginários sobre a qual os Mandingas se vão recriando ao longo dos anos. Durante o trabalho de campo apercebi-me do elevado cariz visual desta prática, mas foi nas suas saias de corda que encontrei valiosos elementos simbólicos que, simultaneamente, unificam e diferenciam a identidade dos Mandingas. Através da compreensão experiencial do trabalho de campo e num movimento de devolução, a exposição Mandinga Dondeb (que significa, Mandinga onde estás) tentou aproximar discursos e questionar narrativas apreendidos ao longo de todo este processo.

Mandinga Dondeb: orality and visuality in a Mandinga’s group from São Vicente, ethnographic experiment is the memory of a project that was developed around the Mandingas of São Vicente in Cape Verde. Crossing ethnographic practices and artistic approaches I connected with the complexity involved in this carnival practice. Considering that the Mandingas arose in a colonial context, the dualistic and linear representations that continue to this day are examined in this work. Focusing on the Mandingas of Ribeira Bote, I collected oral discourses from various generations and social contexts that build up the web of memories and lore over which Mandingas have been recreating over the years. During the field work I recognized the high visual aspect of this practice, but it was in their rope skirts that I found valuable symbolic elements which simultaneously unify and differentiate the identity of the Mandingas. Through the experiential understanding of the fieldwork, the Mandinga Dondeb (which means, where are you Mandinga) is an exhibition that endeavors to approach discourses and question narratives seized throughout this process.