Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10400.2/11755
Título: Saberes e práticas de mães angolanas sobre os cuidados ao recém-nascido: contributos para melhorar a intervenção em saúde infantil e promover cuidados de saúde culturalmente competentes
Autor: Tavares, Elsy
Orientador: Ramos, Natália
Palavras-chave: Saúde da criança
Cuidados de saúde
Recém-nascido
Coto umbilical
Mães
Crianças
Profissionais da saúde
Migração interna
Multiculturalidade
Angola
Child health
Newborn care
Angolan mothers
Angolan children
Multiculturalism and health
Health professionals
Health and Culture
Internal migration
Data de Defesa: 12-Jan-2022
Citação: Tavares, Elsy - Saberes e práticas de mães angolanas sobre os cuidados ao recém-nascido [Em linha]: contributos para melhorar a intervenção em saúde infantil e promover cuidados de saúde culturalmente competentes. [S.l.]: [s.n.], 2022. 393 p.
Resumo: O período neonatal é crítico na vida de uma criança, pela sua maior vulnerabilidade e maior risco de morte. Assim, os cuidados realizados ao recém-nascido (RN) revestem-se da maior importância e têm reflexos na sua saúde futura. A cultura, mitos e crenças revelamse num conjunto de saberes tradicionais que muitas vezes prevalecem perante os conhecimentos científicos, levando a práticas de cuidados com consequências negativas para a saúde, como é o caso da onfalite. Em Angola, existe um elevado número de mortes nos recém-nascidos, sendo a septicemia uma das principais causas. Mantendo-se a tendência atual, entre 2017 e 2030, prevê-se que cerca de 60 milhões de crianças morrerão em todo o mundo, sendo metade recém-nascidos (UNIGME, 2017). Estas evidencias motivaram-nos a desenvolver o presente estudo, que teve como objetivo estudar os saberes e práticas de mães angolanas nos cuidados ao recém-nascido, nomeadamente ao coto umbilical. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, comparativo e transversal que tem por base uma metodologia sobretudo de cariz qualitativa. Optamos por uma amostra não probabilística por conveniência. Solicitamos a participação de informadores qualificados para dar o seu contributo especializado sobre o tema. Utilizamos a triangulação de meios de colheita de dados através da entrevista semiestruturada, observação fílmica, fotográfica, observação direta e registo em grelha de observação. Realizamos o tratamento através de estatística descritiva e de análise de conteúdo. Os principais resultados evidenciam que os saberes e as práticas de mães angolanas nos cuidados ao recém-nascido, nomeadamente ao coto umbilical, derivam da componente empírica transmitida maioritariamente pela família através das gerações, e sobretudo pelas avós do recém-nascido e da componente científica atráves dos profissionais de saúde. O tempo de permanência na cidade de Luanda, das mães naturais de várias províncias de Angola, pode ser indicador da aculturação à cidade e a razão de algumas semelhanças nos seus testemunhos quando comparadas com as mães naturais de Luanda. Contudo, observamos que as mães com experiência migratória revelam alguns comportamentos distintos das mães naturais de Luanda, nomeadamente, ao mencionar com mais frequência o álcool como conhecimento prévio, sendo no entanto, as mães naturais de Luanda que mais o utilizam de forma isolada como prática nos cuidados ao coto umbilical. As práticas nos cuidados ao coto umbilical revelam uma variedade de meios e de produtos tradicionais, traduzindo-se em práticas incorretas e com consequências nocivas para o recém-nascido. Constatamos que existem mães que mesmo referindo conhecer a prática recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), optam por manter os cuidados tradicionais. Perante a elevada influência cultural nos cuidados das mães angolanas recomendamos o investimento na formação de profissionais no âmbito de cuidados de saúde culturalmente competentes, contribuindo para a capacitação das mães e diminuição da morbimortalidade neonatal em Angola.
The neonatal period is critical in a child's life, due to its greater vulnerability and greater risk of death. Thus, the care provided to the newborn (NB) is of the utmost importance and has an impact on their future health. Culture, myths and beliefs are revealed in a set of traditional knowledge that often prevails over scientific knowledge, leading to care practices with negative health consequences, such as omphalitis. In Angola, there is a high number of deaths in newborns, with septicemia being one of the main causes. Maintaining the current trend, between 2017 and 2030, it is estimated that around 60 million children will die worldwide, half of them newborns (UNIGME, 2017). This evidence motivated us to develop this study, which aimed to study the knowledge and practices of Angolan mothers in caring for the newborn, namely the umbilical stump. This is a descriptive, exploratory, comparative and cross-sectional study based on a methodology mainly of a qualitative nature.We opted for a non-probabilistic sample for convenience. We request the participation of qualified informants to give their specialized contribution on the topic. We use the triangulation of data collection means through semistructured interviews, filmic, photographic observation, direct observation and observation grid recording. We carry out the treatment through descriptive statistics and content analysis. The main results show that the knowledge and practices of Angolan mothers in the care of the newborn, namely the umbilical stump, derive from the empirical component transmitted mainly by the family through the generations, and above all by the grandparents of the newborn and the scientific component through health professionals. The length of stay in the city of Luanda, of natural mothers from various provinces of Angola, can be an indicator of the acculturation to the city and the reason for some similarities in their testimonies when compared to the natural mothers of Luanda. However, we observe that mothers with migratory experience reveal some behaviors that are different from those of natural mothers in Luanda, namely, by mentioning alcohol more frequently as prior knowledge, although it is the mothers of Luanda who most use it in isolation as a practice. in the care of the umbilical stump. The practices in the care of the umbilical stump reveal a variety of traditional media and products, resulting in incorrect practices and with harmful consequences for the newborn. We found that there are mothers who, even referring to know the practice recommended by the World Health Organization (WHO), choose to maintain traditional care. In view of the high cultural influence in the care of Angolan mothers, we recommend investing in the training of professionals in the field of culturally competent health care, contributing to the training of mothers and reducing neonatal morbidity and mortality in Angola.
URI: http://hdl.handle.net/10400.2/11755
Designação: Tese de Doutoramento em Relações Interculturais apresentada à Universidade Aberta
Aparece nas colecções:Relações Interculturais

Ficheiros deste registo:
Ficheiro TamanhoFormato 
TD_ElsyTavares.pdf59 MBAdobe PDFVer/Abrir


FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpace
Formato BibTex MendeleyEndnote 

Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.