Revisão bibliográfica: Leucemia no cão

Abstract

O principal objetivo desta dissertação de mestrado consistiu em fazer uma revisão atualizada sobre leucemia canina, definindo os diferentes conceitos e reunindo o conhecimento existente de uma forma breve e de fácil compreensão. A leucemia pode ser definida como uma neoplasia maligna rara com origem nas células precursoras hematopoiéticas da medula óssea, que quando na corrente sanguínea podem atingir outros órgãos. Existem diferentes linhas celulares nas quais a leucemia pode ter origem o que a torna complexa e de difícil classificação. De um modo genérico, podemos classificar a leucemia em linfocítica, quando a origem ocorre nas células linfoides, ou leucemia mielocítica quando tem origem nas células mieloides. A leucemia afeta mais cães do que gatos, sendo a linfocítica mais comum do que a mielóide. À medida que ocorre a substituição de células “saudáveis” por células neoplásicas na medula óssea, o animal desenvolve um quadro de citopenia, e, consequentemente, desenvolvem-se os sinais clínicos. Pode ocorrer também a infiltração de células neoplásicas no fígado, baço e, menos frequentemente, nos linfonodos. Os sinais clínicos são inespecíficos. É importante distinguir clinicamente leucemia aguda de crónica, pois o tratamento e o prognóstico diferem consoante a sua classificação. Na leucemia aguda estão presentes células imaturas enquanto que na leucemia crónica as células são maduras e bem diferenciadas. No primeiro caso, o prognóstico é pior e no segundo é ligeiramente melhor. Tratando-se de uma patologia rara e com sinais inespecíficos, é necessário recorrer a diversos meios de diagnósticos disponíveis, por forma a estabelecer um diagnóstico correto. Devem ser realizados esfregaços sanguíneos para identificar o tipo de células presentes. Podem ser também realizadas punções de linfonodos e de medula óssea. O tratamento tem como base a quimioterapia, cujo principal objetivo consiste em destruir as células cancerígenas.

The purpose of this thesis was to perform a review of canine leukemia, defining concepts and bringing together all the knowledge in a brief and easy way of understanding. This pathology can be defined as a rare malignant neoplasm whose origin lies in the hematopoietic precursor cells of the bone marrow, which can reach other organs through vascular dissemination. Leukemia can be originated in different cell lines in the bone marrow, making it complex and difficult to classify. Generically, leukemia can be classified as lymphocytic leukemia when its origin is in lymphoid cells, or myelocytic leukemia when in myeloid cells. Leukemia is more frequent in dogs than in cats, and the lymphocytic type is most common then myelocytic. The replacement of the “healthy” cells by neoplastic cells that occurs in the bone marrow leads to development of cytopenia and of clinical signs. Infiltration of neoplastic cells may also occur in the liver, spleen, and, less frequently, in the lymph nodes. Clinical signs are nonspecific. it is important to differentiate between acute and chronic leukemia because treatment and prognosis are different. Immature cells or blasts are found in acute leukemia, while mature and well differentiated cells are in chronic leukemia. The prognosis is worst in acute leukemias than in chronic leukemias. Since leukemia is considered a rare pathology with non-specific signs it is necessary to use several diagnostic methods available to reach a correct diagnosis. Blood smears should be performed to identify which type of cells are present. Cytology of lymph nodes and bone marrow may also be performed. The treatment is based on chemotherapy, whose main objective is to destroy the cancer cells.