À procura de monómeros resistentes à degradação para materiais de dentisteria adesiva : uma revisão sistemática e meta-análise

Abstract

Introdução: Apesar da grande evolução que se tem observado na formulação dos adesivos dentários, estes continuam a sofrer degradação hidrolítica e enzimática da camada híbrida ao longo do tempo. Objetivo: Avaliar se os monómeros resistentes à degradação, incluídos em adesivos dentários experimentais, podem melhorar a resistência adesiva a longo prazo, em comparação aos monómeros convencionais. Materiais e métodos: Este estudo seguiu as últimas guidelines do método PRISMA, publicadas em 2020. A pesquisa para a revisão sistemática foi realizada em 4 bases de dados eletrónicas: PubMed/Medline, Scopus; SciELO e EMBASE, sem restrições do ano de publicação e idioma. A última pesquisa foi realizada em julho de 2022. As intervenções incluídas foram estudos in vitro em adesivos dentários experimentais que testaram a resistência adesiva a curto e longo prazo e a sorção e solubilidade em água, em molares humanos permanentes. As meta-análises foram realizadas usando o Rstudio v 1.4.1106. Foi elaborada uma tabela com a lista de classificações do risco de viés, tendo por base uma ferramenta previamente publicada para estudos laboratoriais. Resultados: Dos 177 estudos potencialmente elegíveis, um total de 7 estudos foram incluídos. Os monómeros experimentais com acrilamidas na sua composição, demonstraram melhores resultados de resistência adesiva envelhecida, quando comparados com os controlos de metacrilato (p<0.05). Os grupos experimentais tiveram um bom desempenho de sorção e solubilidade de água, à exceção do único adesivo comercial incluído neste conjunto de dados que atingiu valores muito superiores, e significativamente diferentes (p<0.001). Conclusão: É possível atingir resistência à hidrólise e aos mecanismos de degradação que existem nos adesivos dentários convencionais, adicionando monómeros com estruturas químicas resistentes à hidrólise.

Introduction: Despite the great evolution that has been observed in the formulation of dental adhesives, these continue to undergo hydrolytic and enzymatic degradation of the hybrid layer over time. Objective: To assess whether degradation-resistant monomers included in experimental dental adhesives can improve long-term bond strength compared to conventional monomers. Materials and methods: This study followed the latest PRISMA method guidelines, published in 2020. The search for the systematic review was carried out in 4 electronic databases: PubMed/Medline, Scopus, SciELO and EMBASE, without restrictions on the year of publication and language. The last survey was conducted in July 2022. Interventions included were in vitro studies on experimental dental adhesives that tested short-term and long-term bond strength and water sorption and solubility in permanent human molars. Meta-analyses were performed using Rstudio v1.4.1106. A summary table analyzing the individual risk of bias was generated, based on a previously published tool for laboratory studies. Results: Of the 177 potentially eligible studies, a total of 7 studies were included. Experimental monomers with acrylamides in their composition showed better results of aged adhesive strength, when compared to methacrylate controls (p<0.05). The experimental groups had a good sorption and water solubility performance except for the only commercial adhesive included in this dataset that reached much higher values, and significantly different (p<0.001). Conclusion: It is possible to achieve resistance to hydrolysis and to the degradation mechanisms that exist in conventional dental adhesives by adding monomers with chemical structures that are resistant to degradation.