As vozes da terra: a luta por reconhecimento e o papel da Declaração Universal das Nações Unidas sobre os direitos camponeses sob ótica da Via Campesina

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2021-08-24

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Esta pesquisa pretende apreender e analisar os processos que permitiram a aprovação, em 2018 pela Organização das Nações Unidas – ONU, do documento “Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Camponeses e de Outras Pessoas que Trabalham nas Áreas Rurais”. Buscaremos compreender como os Movimentos Populares do Campo, através da Via Campesina, tem buscado resistir ao projeto do agronegócio globalizado desenvolvendo ações de resistência e construindo outras formas de desenvolvimento do campo. Para tanto, apresentamos um breve panorama histórico analítico sobre a hegemonia do agronegócio, a formação do sistema agroalimentar globalizado vigente. A problematização perpassa a constatação de que no mundo todo há um formato recente do capitalismo global, com mudanças no mundo rural, surgindo a necessidade do campesinato atuar também em escala internacional, pois as camponesas, camponeses, trabalhadores da agricultura, suas lutas e formas de organização percorrem esse modelo e agora sentem necessidade se mobilizar para que seus direitos sejam reconhecidos e respeitados em todo o mundo. Essa constatação perpassa o processo de construção, elaboração, articulação e negociação da Declaração proposta inicialmente pelos Movimentos de base da Indonésia e como ela foi sendo costurada por dentro da Via Campesina até a escala global, os caminhos que percorreram até chegar em dezembro de 2018 com sua aprovação. Portanto, buscamos resgatar a trajetória de construção da Carta dos Direitos Camponeses que virou Declaração na ONU na perspectiva da luta pelo Direito alternativo, resgatando a fala das e dos dirigentes da Via campesina que atuaram diretamente para produção, negociação e aprovação da Declaração. Ao final, pretendemos refletir as possibilidades e os limites da Declaração como instrumento de luta para fortalecer a resistência camponesa contra o sistema agroalimentar globalizado. Apontar os desafios do Movimento Camponês internacional frente ao avanço do capitalismo financeiro no campo, assim como, a implementação da Declaração nos países.
This research aims to apprehend and analyze the processes that led to the approval by the United Nations Organization -UN-, in 2018, of the document “United Nations Declaration on the Rights of Peasants and Other People Who Work in Rural Areas “. We seek to understand how social countryside movements, through La Via Campesina, have resisted the globalized agribusiness project by developing resistance actions and building other forms of development. We present a brief analytical historical panorama on the hegemony of agribusiness, and the formation of current global agri-food system. We discuss this by verifying that in the world there is a recent global capitalism, bringing changes to the rural world, and thats why arises the need for international action by the peasantry. The peasants, agricultural workers, their struggles and forms of organization are traversed by this model and they feel the need to mobilize themselves so their rights are recognized and respected throughout the world. That affirmation goes through the process of construction, elaboration, articulation and negotiation of the Declaration, initially proposed by the grassroots movements in Indonesia, and its maturing within La Via Campesina to its global scale together with the roads that they traveled until December 2018 for its approval. We seek to rescue the trajectory of the construction of the Charter of Peasant Rights that became Declaration at the UN, with the perspective of the struggle of alternative law, rescuing the words of the leaders of La Via Campesina who acted in its production, negotiation and approval. We intend, in short, to reflect on the possibilities and limits of the Declaration as an instrument of struggle to the strengthening of peasant resistance against the globalized agri-food system; to point out the challenges of the international Peasant Movement against the advancement of financial capitalism in the countryside, as well as the implementation of Declaration in the countries.
Esta investigación pretende aprehender y analizar los procesos que llevaron a la aprobación por parte de la Organización de Naciones Unidas -ONU-, en 2018, del documento “Declaración de las Naciones Unidas sobre los Derechos de los Campesinos y Otras Personas que Trabajan en Áreas Rurales”. Buscamos comprender cómo los Movimientos Populares del Campo, a través de La Vía Campesina, han resistido el proyecto del agronegocio globalizado desarrollando acciones de resistencia y construyendo otras formas de desarrollo en el campo. Para esto presentamos un breve panorama histórico analítico sobre la hegemonía del agronegocio, y la formación del sistema agroalimentario globalizado vigente. Problematizamos este proceso constatando que en el mundo hay un formato reciente de capitalismo global, con cambios en el mundo rural, y que de ahí surge la necesidad de una actuación internacional del campesinado; las campesinas, campesinos, trabajadores de la agricultura, sus luchas y formas de organización son atravesados por ese modelo y sienten la necesidad de movilizarse para que sus derechos sean reconocidos y respetados en todo el mundo. Esa afirmación atraviesa el proceso de construcción, elaboración, articulación y negociación de la Declaración propuesta inicialmente por los Movimientos de base en Indonesia y su maduración dentro de La Vía Campesina hasta su escala global; los caminos que recorrieron hasta llegar en diciembre del 2018 a su aprobación. Buscamos rescatar la trayectoria de la construcción de la Carta de Derechos Campesinos que se convirtió en Declaración en la ONU, con la perspectiva de lucha de Derecho alternativo, rescatando las palabras de las y los dirigentes de La Vía Campesina que actuaron en su producción, negociación y aprobación. Pretendemos, en definitiva, reflexionar sobre las posibilidades y los límites de la Declaración como instrumento de lucha para el fortalecimiento de la resistencia campesina contra el sistema agroalimentario globalizado. Apuntar los desafíos del Movimiento Campesino internacional frente al avance del capitalismo financiero en el campo, así como la implementación de la Declaración en los países.

Descrição

Palavras-chave

Questão agrária, Sistema agroalimentar globalizado, Via Campesina, Declaração direitos campesinos, resistência camponesa, Agrarian question, Global agri-food system, Via Campesina, Declaration of peasant rights, Peasant resistance, Questión agraria, Sistema agroalimentario global, Vía Campesina, Declaración derechos campesinos, Resistencia campesina

Como citar