Publicação:
A contemporaneidade do eu autoficcional em Nas peles da cebola de Günter Grass

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Data

2022-05-25

Orientador

Barcellos, Natália Corrêa Porto Fadel

Coorientador

Pós-graduação

Estudos Literários - FCLAR

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Günter Grass é um dos grandes nomes da literatura alemã. Nascido em 1927 na cidade de Danzig, na Polônia, Grass consolidou-se como escritor com a publicação de seu primeiro romance, O tambor (1959). Em 2006, Grass publicou Nas peles da cebola, objeto deste estudo. Trata-se de uma narrativa retrospectiva, cujos eventos retratados são ancorados nas memórias pessoais do autor, compreendendo o período que se inicia com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e se encerra com a concepção de O tambor. Nas peles da cebola contou com uma recepção controversa, pois na obra Grass revela ter alistado-se voluntariamente aos dezessete anos à Waffen-SS, a tropa de elite nazista, informação que foi ocultada do público por seis décadas. Verifica-se na obra a homonímia entre narrador, personagem e autor, o que inscreve Nas peles da cebola no âmbito das narrativas de si. Uma vez que o narrador apresenta-se continuamente como instância não-confiável e declara a sua inclinação à fabulação, a obra adentra o campo da escrita autoficcional, forma narrativa caracterizada por associar a ficção à autobiografia, mesclando ambos os domínios e tornando imprecisos os limites entre eles. Desse modo, residindo em um espaço de entrelugar, a identidade em questão na narrativa aponta para uma forma particular de representação da subjetividade: o eu autoficcional. Por meio de sua constituição ambígua, este eu tensiona e explora a fragilidade dos limites na contemporaneidade. O objetivo deste trabalho é investigar como comportam-se as fronteiras entre fato e ficção em Nas peles da cebola, partindo da observação do eu autoficcional, e então discutir de que modo a dinâmica ambígua da subjetividade formada na obra coloca-se em diálogo com questões que concernem ao presente. Para tanto, concentrar-nos-emos em três aspectos desta narrativa: o discurso da memória, o sujeito dividido entre “eu” e o “outro” e a presença de Oskar Matzerath, protagonista de O tambor, na narrativa autoficcional de Grass.

Resumo (inglês)

Günter Grass is one of the greatest names of German Literature. Born in 1927 in Danzig, Poland, Grass was consolidated as a writer with the release of his first novel The Tin Drum (1959). In 2006, Grass published Peeling the onion, object of this study. The narrative involves a retrospective view of his life, whose portrayed events are anchored in the author’s personal memories, comprehending the period that begins with the outbreak of World War II and ends with the conception of The Tin Drum. Peeling the onion had a controversial reception due to the disclosure of Grass’ voluntary conscription, at the age of seventeen, into the Waffen-SS, the nazi elite corps, information that was kept hidden from the public for six decades. The homonymy between narrator, main character and author is verified in this novel, which inscribes Peeling the onion in the sphere of self-writing works. Since the narrator presents himself continuously as an unreliable instance and declares his inclination towards fabulation, the work enters the field of autofictional writing, a narrative form characterized by associating fiction with autobiography, merging both domains and making the boundaries between them imprecise. Thus, the identity in question, residing in an in-between space, points to a particular form of representation of subjectivity: the autofictional-self. Through its ambiguous constitution, this self tensions and explores the fragility of limits in contemporary times. The objective of this study is to investigate how the boundaries between fact and fiction in Peeling the onion behave, by observing the autofictional-self, and then discuss how the ambiguous dynamics of this subjectivity dialogues with questions that concern the present. In order to do so, we will focus on three aspects of this narrative: the discourse of memory, the subject divided between “I” and “the other”, and the presence of Oskar Matzerath, main character of The Tin Drum, in Grass's autofictional narrative

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Português

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