Representações do folclore argentino e identidade nacional em Juan Alfonso Carrizo e Ricardo Rojas (1917-1939)

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2022-12-09

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A aproximação do primeiro centenário da revolução de Maio de 1810, alinhado ao contexto conturbado do início do século XX, trouxe consigo a necessidade de repensar a identidade nacional argentina. Tendo como propósito manter ou retomar antigas hegemonias, grupos políticos da capital e do interior, com interesses conflitantes e atravessados pelo paradigma ‘civilização ou barbárie’, enxergaram no campo da folclorologia a possibilidade de propagar representações identitárias em busca de legitimação simbólica. Na década de 1920, em um momento no qual o avanço das políticas encabeçadas pela União Cívica Radical significa a perda de capital econômico e de posições no sistema político para os industriais açucareiros da província de Tucumán, Juan Alfonso Carrizo, um professor da província de Catamarca, publica o livro “Antiguos Cantos Populares Argentinos” (1926), no qual apresenta uma argentinidade unicamente hispânica e católica, alinhando-se ideologicamente à Alberto Rougès e Ernesto Padilla, antigos nomes da política tucumana que irão ajudá-lo em sua trajetória como estudioso do folclore. A partir das obras e cartas escritas por Ricardo Rojas e Alfonso Carrizo e do epistolário de Alberto Rougès e de Ernesto Padilla, nosso propósito é analisar os espelhamentos entre reconfigurações da identidade argentina e os embates ideológicos travados entre os grupos em disputa pelo poder, mapeando as redes de sociabilidade que proporcionaram a Carrizo a inserção em um campo intelectual em processo de consolidação.
The approach of the first centenary of 1810's May revolution, aligned with the troubled context of the early twentieth century, brought the need of rethinking the Argentine national identity. With a purpose of keeping or reassuring old hegemonies, between conflicting interests and intertwined by the civilization or barbarism paradigm, both countryside and capital political groups saw in a folkloric field the possibility of propagating identity representations in search of a symbolic legitimation. In the 1920s, at a time which the advance of policies led by The Radical Civic Union meant the loss of economic capital and positions in the political system for the Tucumán sugar industrialists, Juan Alfonso Carrizo, a professor from the province of Catamarca, published the book “Antiguos Cantos Populares Argentinos” (1926), in which he uniquely presented Hispanic and Catholic Argentinian traits, ideologically aligning himself with Alberto Rougès and Ernesto Padilla, former names of Tucuman politics that would help him in his trajectory as a folklore scholar. Based on works and letters written by Ricardo Rojas and Alfonso Carrizo, along with Alberto Rougès' and Ernesto Padilla's epistolary, our purpose is to analyze the mirroring between reconfigurations of Argentinian identity and the ideological clashes waged between power rivalry groups, charting sociability networks that provided Carrizo his insertion in an intellectual field amidst a consolidation process.

Descrição

Palavras-chave

Folclore, Cultura Popular, Identidade Nacional, Juan Alfonso Carrizo, Ricardo Rojas, Folklore, National Identity, Popular Culture

Como citar