Aves silvestres consideradas não-frugívoras visitando um comedouro: uma investigação sobre guildas e qualidade de frutos ofertados

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2023-01-23

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A classificação de aves em guildas alimentares é comumente utilizada em diversos estudos ornitológicos e ecológicos. Sabe-se que algumas espécies podem ajustar seus hábitos alimentares aos recursos disponíveis, podendo ocorrer uma variação nas guildas tróficas de acordo com diferentes estudos. Neste trabalho, discutimos sobre o uso de guildas tróficas em estudos envolvendo comedouro de aves silvestres de vida livre. Para suportar as nossas discussões, primeiro investigamos se espécies de aves consideradas não consumidoras de frutos estavam visitando o comedouro com bananas em uma área rural/florestal no sudeste do Brasil (Fazenda Elguero, município de São Miguel Arcanjo/SP). Com o uso de uma armadilha fotográfica, monitoramos as aves por 7 horas e 58 minutos em 4 meses de 2020 (janeiro, fevereiro, julho e agosto), e analisamos 1436 vídeos de 30 espécies que ocorreram no comedouro. Assim, nove espécies foram consideradas não consumidoras de frutos (baseado em uma revisão bibliográfica feita com 40 estudos publicados) ocorreram em 176 vídeos, e três delas (Cacicuschrysopterus, Icterus phyrropteruse Melanerpes candidus) foram observadas se alimentando das bananas (ao longo dos quarto meses, somando 27 dias). Apesar da dificuldade de analisar e quantificar os hábitos alimentares de cada espécie em ambientes não controlados, argumentamos que a classificação de guildas tróficas utilizadas em estudos anteriores pode ser inapropriada para uma investigação sobre aves silvestres em comedouros. Além disso, o uso de tal classificação deve ser evitado pelo fato desta divisão ignorar a adaptação de espécies em explorar os recursos abundantes oferecidos por humanos.
The classification of birds into feeding guilds is commonly used in several ornithological and ecological studies. It is known that some species can adjust their eating habits to available resources, and there may be a variation in trophic guilds according to different studies. In this work, we discuss the use of trophic guilds in studies involving wild free-living bird feeders. To support our discussions, we first investigated whether bird species considered non-fruit eaters were visiting the banana feeder in a rural/forested area in southeastern Brazil (Fazenda Elguero, municipality of São Miguel Arcanjo/SP). Using a camera trap, we monitored the birds for 7 hours and 58 minutes in 4 months of 2020 (January, February, July and August), and analyzed 1436 videos of 30 species that occurred in the feeder. Thus, nine species that were considered non-consumers of fruits (based on a bibliographic review of 40 published studies) occurred in 176 videos, and three of them (Cacicuschrysopterus, Icterus phyrropterus, and Melanerpes candidus) were observed feeding on bananas (over the four months , adding up to 27 days). Despite the difficulty of analyzing and quantifying the feeding habits of each species in uncontrolled environments, we argue that the classification of trophic guilds used in previous studies may be inappropriate for an investigation of wild birds in feeders. Furthermore, the use of such classification should be avoided because this division ignores the adaptation of species in exploiting the abundant resources offered by humans.

Descrição

Palavras-chave

Aves silvestres, Comedouro de aves, Guildas tróficas, Hábitos alimentares

Como citar