Estudo comparativo do diagnóstico histopatológico original e padronizado nas biópsias de doença intestinal inflamatória
Resumo
Duas são as formas de manifestação das doenças intestinais inflamatórias: doença
de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RC) - ambas com evolução clínica e aspectos
histopatológicos diferentes, causando, por vezes, significativa morbidade. Foram
avaliadas 43 biópsias colonoscópicas múltiplas de 37 pacientes assim diagnosticados
no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná no período de janeiro de 1999 a maio de 2004. O objetivo deste
estudo foi escolher e aplicar método quantificado e padronizado de diagnóstico
histopatológico e comparar os resultados e índices de qualidade dos diagnósticos
originais com os obtidos em revisão padronizada. Foi escolhido o método de
TANAKA et al. (2000) porque esses autores elaboraram um sistema objetivo,
baseado em cálculos estatísticos, avaliaram o maior número de casos e, atingiram
os melhores resultados. Houve leve predomínio do sexo feminino (56,76%), em
relação ao masculino e a idade média dos pacientes no momento do diagnóstico foi
de 26 anos. Os diagnósticos originais foram mais inconclusivos (23,3%) do que os
padronizados (2,3%). A concordância com o padrão ouro (diagnóstico clínico,
colonoscópico e radiológico) foi maior nos diagnósticos padronizados (95,3%) do
que nos originais (74,4%), principalmente em relação à DC cujos percentuais foram
de 92,3% e 46,1% respectivamente. Apenas os exames com diagnósticos
conclusivos em cada método tiveram os índices de qualidade calculados. Para RC,
ambos os métodos apresentaram sensibilidade e valor preditivo negativo de 100%;
já nos diagnósticos originais verificou-se especificidade de 85,7%, valor preditivo
positivo de 96,3% e acurácia de 97,0%, e nos diagnósticos padronizados 92,3%,
96,7% e 97,6%, respectivamente. Para DC verificou-se especificidade e valor
preditivo positivo de 100% nos dois métodos; nos diagnósticos originais
sensibilidade de 85,7%, valor preditivo negativo de 96,3% e acurácia de 97%, e nos
diagnósticos padronizados 92,3%, 96,7% e 97,6%, respectivamente. Desses resultados
conclui-se que o diagnóstico padronizado de revisão apresenta não só maior
percentual de diagnósticos corretos e conclusivos do que os apresentados no
diagnóstico original, principalmente para DC; como também valores iguais ou
maiores em alguns índices de qualidade nos exames conclusivos quando
comparados os resultados desses dois métodos.
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