Avaliação, acompanhamento laboratorial e analise clinico-epidemiologica da presença de anticorpos e RNA do virus da hepatite C em doadores de sangue anti-VHC elisa positivos
Resumo
Resumo: O vírus da hepatite C (VHC) foi recentemente isolado e demonstrou ser a principal causa de hepatite pós-transfusional. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, em dois períodos distintos, doadores de sangue positivos ao teste ensaio imunoenzimático de primeira geração, para pesquisa de anticorpos contra o VHC (ELISAI), através de outros testes, com intuito de caracterizar melhor este diagnóstico. Realizou-se também análise clínico-epidemiológica e, finalmente, sugestão sobre a conduta futura a ser tomada com o grupo estudado. No período médio de setembro de 1990 a janeiro de 1992, foram avaliados 92 doadores ELISA1 positivos, no Centro de Transfusão Sanguínea de Lyon, França, através de dois testes de segunda geração, um teste do tipo ensaio imunoenzimático e outro, teste recombinant immunoblot assay (ELISA2 e RIBA2) para a pesquisa de anticorpos VHC, além de um teste de amplificação molecular pela técnica da polymerase chain reaction (PCR VHC). Pesquisaram-se ainda os marcadores indiretos para hepatite não A não B e cinco fatores de risco para o VHC. Foram encontrados 61,9% doadores ELISA2 positivos, 27,2% RIBA2 positivos e 11,9% RIBA2 indeterminados todos com anticorpo C100-3 isolado. O teste PCR VHC mostrou-se positivo em 26% dos doadores ELISA2 positivo e 84% dos casos RIBA2 positivos e esteve negativo em 81,8% dos casos RIBA2 indeterminados e 95,2% dos RIBA2 negativos. Na segunda avaliação, 58,6% dos doadores mantiveram o resultado inicial e 47% tiveram definida a negatividade dos testes. Os marcadores indiretos para a hepatite não A Não B, história de toxicomania e de tatuagem mostraram relação com a positividade dos três testes avaliados, para esta população em estudo. Em conclusão, o teste ELISA de primeira geração mostrou-se obsoleto. Houve boa relação entre o teste RIBA2 positivo e a positividade da PCR VHC ou presença de viremia, enquanto o teste RIBA2 indeterminado não sugeriu relação com infecciosidade. Na reavaliação posterior, pôde-se precisar 52% dos resultados; nos demais, a continuidade na análise sorológica poderia auxiliar a definir o diagnóstico, bem como contribuir no conhecimento do comportamento virai. Assim, sugere-se que 38% dos doadores possam retornar à doação de sangue e que nos demais se mantenha a interdição, de forma temporária ou definitiva. Abstract: The virus of "C" hepatitis was recently isolated and proved to be the main cause of post-transfusion hepatitis. This study uses other tests to make a detailed evaluation of the characteristics of positive first generation enzyme-linked immunosorbent assay for antibodies to hepatitis C virus (ELISA1) blood donors over two different periods of time. Clinical and epidemiological analysis were carried out and the procedure to be adopted in the future for the group studied is suggested. Two second generations assays, to test for anti-HCV enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA2) and Recombinant Immunoblot assay and a polymerase chain reaction assay to test for RNA-VHC and PCR VHC tests were used to evaluate ninety-two ELISAl-positive donors of the Blood Transfusion Center of Lyon, France, between September 1990 and January 1992, roughly. Indirect markers of NANB hepatitis and five risk factors for VHC were also investigated. The C100-3 antibody was isolated in all donors, who were 61.9% ELISA2-positive donors; 27.2% RIBA2-positive and 11.9% RIBA2-indeterminate. The PCR VHC test was positive in 26% of the ELISA2-positive donors and in 84% of the RIBA2-indeterminate cases and in 95.2% of the RIBA2-negative donors. In the second evaluation, results remained the same in 58.6% of all donors, but were negative in 47%. Indirect markers of NANB hepatitis, a history of drug abuse and tattoos were closely related to the positive results observed in the target population. ELISA1 proved to be an obsolete test. Positive RIBA2 and PCR VHC results were closely related to the presence of viremia, while the RIBA2-indeterminate test did not suggest any link with infectiosity. Fifty-two percent of the results were precise in the second revaluation. As for the others, the continuity of serological analysis may be of assistance in the definition of diagnosis and can contribute to the knowledge of the behavior of the virus. Therefore, it is suggested that 38% of subjects can donate blood again and that the donation by others is either temporarily or permanently restricted. Résumé: Le virus de l'hépatite C (VHC) a été récemment isolé et il a été démontré qu'il est la cause principale de l'hépatite qui se manifeste après des transfusions sanguines. L'objectif du présent travail a été d'évaluer, dans deux périodes distinctes et à l'aide d'autres tests, des résultats obtenus à partir de donneurs de sang positifs ayant subi le test immunoenzymatic à la recherche d'anticorps contre le VHC de première génération (ELISA1), dans le but de mieux caractériser la maladie. Une analyse clinico-épidémiologique a été réalisée et on a indiqué la démarche à suivre avec le groupe étudié. Dans la période moyenne allant de septembre 1990 à janvier 1.992, on a étudié 92 donneurs ELISA1 positifs du Centre de Transfusion Sanguine de Lyon, France, à l'aide des tests de deuxième génération, immunoenzymatic et recombinant immunoblot assay pour la détection d'anticorps VHC, (ELISA2 et RIBA2) et un test d'amplification genomique par (polymerase chain reaction) (PCR VHC). On a encore fait des recherches sur les marqueurs indirects de l'hépatite NANB et sur cinq facteurs de risque pour le VHC. On a trouvé 61,9% de donneurs ELISA2 positifs, 27,2% de RIBA2 positifs et 11,9% de cas RIBA2 indéterminés tous présentant l'anticorps C100-3 isolé. Le test PCR VHC s'est montré positif pour 26% des donneurs ELISA2 positifs et pour 84% des cas RIBA2 positifs et a présenté des résultats négatifs pour 81,8% des cas RIBA2 indéterminés et pour 95,2% des cas RIBA2 négatifs. Lors d'une deuxième évaluation 58,6% des donneurs ont confirmé les résultats initiaux et pour 47% on a obtenu des résultats négatifs dans les tests. En ce qui concerne la population étudiée, on a pu établir un rapport entre les marqueurs indirects de l'hépatite NANB, antécédents de toxicomanie et de tatouage, et les résultats positifs des tests utilisés. Le test ELISA1 s'est avéré obsolète. Il y a eu un bon rapport entre le test RIBA2 positif et le caractère positif de la PCR VHC ou la présence de virus dans le sang, tandis que le test RIBA2 indéterminé n'a pas indiqué de relation avec la nature infectieuse de la maladie. Dans une réévaluation ultérieure on a pu préciser 52% des résultats, dans les autres cas la poursuite de l'analyse sérologique pourrait aider à définir le diagnostic ainsi que contribuer à la connaissance du comportement viral. On propose donc que 38% des donneurs puissent reprendre les dons de sang mais que ceux-ci restent interdits au restant des personnes, de façon temporaire ou définitive.
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