Tomografia axial computadorizada de alta resolução e audiometria tonal na otosclerose

Abstract

Resumo: A otosclerose, uma osteodistrofia primária da cápsula ótica, é causa comum de perda auditiva em adultos. Apesar do conhecimento estabelecido quanto a fisiopatogenia da doença na indução de perda auditiva, não há consenso na literatura quanto à capacidade da tomografia computadorizada de alta resolução se correlacionar com os limiares auditivos na audiometria tonal. Este estudo visa avaliar a associação entre os achados tomográficos na fase espongiótica da otosclerose e a audiometria tonal. Foi realizado um estudo observacional, analítico, transversal e retrospectivo, com avaliação e comparação de dados audiométricos e achados tomográficos de otospongiose. Um total de 36 pacientes (57 orelhas) com diagnóstico confirmado cirurgicamente de fixação do estribo e achados tomográficos positivos para fase espongiótica da otosclerose foram incluídos na amostra. Analisaram-se os dados audiométricos de limiares de via aérea, via óssea e gap aero-ósseo, assim como os dados de imagem relativos ao diâmetro do foco otospongiótico e topografias acometidas, considerando fissula ante fenestram e contato dos focos com endósteo da orelha interna nos sítios do vestíbulo e espiras basal, média e apical da cóclea. Não houve correlação entre a maioria dos sítios acometidos por otospongiose e os limiares de via aérea, via óssea e gap aero-ósseo nas topografias estudadas. Não foi observada correlação entre o diâmetro do foco otospongiótico e o gap aero-ósseo. A análise dos dados de imagem na otosclerose, em casos com confirmação de focos espongióticos na tomografia computadorizada, não foi capaz de se correlacionar de forma relevante com os dados audiométricos de via aérea, via óssea e gap aero-ósseo.

Abstract: Otosclerosis, a primary osteodystrophy of the optic capsule, is a common cause of hearing loss in adults. Despite the established knowledge regarding the pathophysiology of the disease in the induction of hearing loss, there is no consensus in the literature regarding the ability of high-resolution computed tomography to correlate with hearing thresholds in pure tone audiometry. This study aims to evaluate the association between tomographic findings in the spongiotic phase of otosclerosis and pure tone audiometry. An observational, analytical, cross-sectional and retrospective study has been conducted, with evaluation and comparison of audiometric data and tomographic findings of otospongiosis. A total of 36 patients (57 ears) with surgically confirmed diagnosis of fixation of the stapes and positive tomographic findings for the spongiotic phase of otosclerosis were included in the sample. Pure-tone audiometry data for air conduction, bone conduction and air-bone gap were analyzed. Data from images were collected regarding the largest otosfongiotic focus diameter and the affected topographies, considering the fissula ante fenestram and contact of the foci with the endosteum of the inner ear at the vestibule as well as the basal, middle and apical turns of the cochlea. There was no correlation between the majority of sites affected by otospongiosis and the thresholds on air-conduction, bone-conduction and aero-bone gap in the studied topographies. No correlation was observed between the diameter of the otospongiotic focus and the air-bone gap. The analysis of image data in otosclerosis, in cases with computed tomography confirmation of spongiotic foci, was not able to correlate in a relevant way with the audiometric data of the air-conduction, bone-conduction and air-bone gap.